Arq. Bras. Cardiol. 2025; 122(4): e20240663

Acurácia Diagnóstica do Teste Ergométrico para Detectar Via Acessória de Alto Risco em WPW: Uma Revisão Sistemática e Metanálise

José Nunes de Alencar ORCID logo , Fabio Mahamad Rassi, Raquel Pereira Rios ORCID logo , Matheus Kiszka Scheffer, Guilherme Dagostin de Carvalho ORCID logo

DOI: 10.36660/abc.20240663

Este Artigo Original é referido pelo Minieditorial "Teste de Esforço para Detecção de Vias Acessórias de Alto Risco em Pacientes com Síndrome de Wolff-Parkinson-White".

Resumo

Fundamento

A síndrome de Wolff-Parkinson-White (WPW) é caracterizada por pré-excitação ventricular, que pode levar a eventos arrítmicos graves, como taquicardia supraventricular e fibrilação atrial pré-excitada. O valor diagnóstico de testes ergométricos não invasivos para detectar vias acessórias de alto risco permanece inconsistente na literatura.

Objetivos

Avaliar a precisão diagnóstica de testes ergométricos não invasivos em comparação com os estudos eletrofisiológicos invasivos (EEF) para identificar vias acessórias de alto risco na síndrome de WPW.

Métodos

De acordo com as diretrizes do PRISMA-DTA, foi realizada uma busca abrangente nas bases de dados PubMed, Scopus e Web of Science. Estudos elegíveis avaliaram a sensibilidade, especificidade e razões de verossimilhança de testes ergométricos não invasivos em pacientes com WPW, utilizando EEF como padrão de referência. Para a metanálise, foi aplicado um modelo bivariado de efeitos aleatórios.

Resultados

Seis estudos, totalizando 765 pacientes, atenderam aos critérios de inclusão. A sensibilidade combinada foi de 92,7% (IC de 95%: 88,0% – 94,0%), e a especificidade combinada foi de 28,1% (IC de 95%: 23% – 35,1%). A razão de verossimilhança negativa (LR-) de 0,260 (IC de 95%: 0,174 – 0,387) indicou que a presença de uma via acessória de alto risco é aproximadamente quatro vezes menos provável após um resultado de teste negativo. A análise de sensibilidade, restrita a pacientes pediátricos, demonstrou resultados consistentes.

Conclusão

Testes ergométricos não invasivos demonstram uma utilidade diagnóstica razoável para descartar vias de alto risco na síndrome de WPW. No entanto, é necessária cautela ao utilizar esses testes como critérios independentes para estratificação de risco.

Acurácia Diagnóstica do Teste Ergométrico para Detectar Via Acessória de Alto Risco em WPW: Uma Revisão Sistemática e Metanálise

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