Arq. Bras. Cardiol. 2025; 122(4): e20240640

Particularidades Clínicas e Ecocardiográficas da Cardiomiopatia Hipertrófica em uma População Brasileira e seu Impacto Prognóstico

Georgina Del Cisne Jadán Luzuriaga ORCID logo , Edmundo Arteaga-Fernandez, Viviane Tiemi Hotta ORCID logo , Barbara Ianni, Luciano Nastari, Felix Ramires ORCID logo , Guilherme Wesley Peixoto da Fonseca ORCID logo , Charles Mady ORCID logo , Fábio Fernandes ORCID logo , Juliano Novaes Cardoso ORCID logo

DOI: 10.36660/abc.20240640

Este Artigo Original é referido pelo Minieditorial "Cardiomiopatia Hipertrófica no Brasil: Avanços no Conhecimento e Implicações Clínicas".

Resumo

Fundamento

A cardiomiopatia hipertrófica (CMH) apresenta alterações ecocardiográficas importantes para diagnóstico e prognóstico. Os dados da literatura nacional são escassos.

Objetivo

Avaliar, em uma coorte brasileira de pacientes com CMH, as características clínicas, ecocardiográficas e a evolução da doença.

Métodos

Coorte retrospectiva de pacientes com CMH e idade ≥ 18 anos. Foram excluídos pacientes com estenose aórtica moderada ou importante e aqueles submetidos à redução septal. O nível de significância adotado na análise estatística foi de 5%.

Resultados

Foram incluídos 1244 pacientes, entre os anos de 2010 e 2022, com tempo médio de seguimento de 7,7 anos ± 4,5, sendo 53,6% homens. A idade média foi de 54,6 anos ± 16,5, e a fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) média foi de 65,8% ± 7,6. A FEVE ≤ 50% foi observada em 5,8% dos pacientes, a forma assimétrica em 88,7% e a hipertrofia septal em 85,4%. Movimento sistólico anterior da valva mitral foi encontrado em 30,1% dos pacientes, obstrução da via de saída do ventrículo esquerdo em 30,7% e septo ≥ 28 mm em 7,2%. Apenas 1 paciente apresentou aneurisma ventricular. Fibrilação/flutter atrial ocorreu em 9,6% dos pacientes. A mortalidade geral ocorreu em 232 pacientes (1,3%/ano). Pacientes com peptídeo natriurético tipo B (BNP) > 200 pg/ml, átrio esquerdo ≥ 45 mm e FEVE ≤ 50% apresentaram maior mortalidade (p < 0,001). Além disso, idade e fibrilação/flutter atrial também foram relacionadas com mortalidade.

Conclusões

A maioria dos pacientes apresentava FEVE > 50%, hipertrofia assimétrica e predomínio septal. BNP, diâmetro do AE, FEVE ≤ 50%, idade e fibrilação/flutter atrial foram associados com pior prognóstico.

Particularidades Clínicas e Ecocardiográficas da Cardiomiopatia Hipertrófica em uma População Brasileira e seu Impacto Prognóstico

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