Arq. Bras. Cardiol. 2022; 119(6): 979-980
Alta Mortalidade por Infarto Agudo do Miocárdio na América Latina e Caribe: Defendendo a Implementação de Linha de Cuidado no Brasil
Este Minieditorial é referido pelo Artigo de Pesquisa "Mortalidade Hospitalar Por Infarto do Miocárdio na América Latina e no Caribe: Revisão Sistemática e Metanálise".
A doença isquêmica do coração (DIC) é a principal causa de morte no mundo, e enquanto em países de alta renda (PAR) foram observados declínios substanciais nas taxas de mortalidade por DIC nas últimas décadas, o mesmo não ocorreu em países de baixa e média renda (PBMR). O evento final na cadeia da DIC é o infarto agudo do miocárdio (IAM), que pode ser classificado com base no eletrocardiograma em IAM com supradesnivelamento do segmento ST (IAMCSST) e IAM sem supradesnivelamento do segmento ST (IAMSSST) – o primeiro apresentando maior letalidade. As taxas de mortalidade para ambas as apresentações de IAM podem ser reduzidas pelo diagnóstico e tratamento rapidamente instituídos e de acordo de acordo com as diretrizes atuais, incluindo terapia de reperfusão para IAMCSST. Nos PAR, como os EUA, a mortalidade intra-hospitalar para IAMCSST variou de 3,5% para indivíduos que receberam angioplastia coronária percutânea primária a 14,9% para aqueles que não receberam reperfusão, enquanto em países europeus, foi relatada mortalidade tão baixa quanto 2,5%.,
Neste número da Revista, o artigo “Mortalidade Hospitalar Por Infarto do Miocárdio na América Latina e no Caribe: Revisão Sistemática e Metanálise” traz dados contemporâneos sobre a mortalidade hospitalar por IAM em LMIC da América Latina e Caribe de 2000 a 2020. Utilizando metodologia apropriada, os autores realizaram uma metanálise de dados de 38 estudos, principalmente realizados no Brasil, Cuba e Argentina: 35 para IAMCSST com 28.878 indivíduos, e 9 para IAMSSST com 2.377 indivíduos. A análise conjunta demonstrou que a mortalidade hospitalar por IAMCSST foi de 9,9% (IC 95%: 9,1–10,7), com heterogeneidade moderada a alta (I2=74%). O Chile apresentou a menor mortalidade (8,5%; IC 95%: 5,3-13,5) e a Colômbia a maior (15%; IC 95%: 10,1-21,7), com o Brasil apresentando mortalidade de 9,6% (IC 95%: 8,3 −11,0); no entanto, não foi encontrada diferença estatística entre os países (p=0,47). Para NSTEMI, a mortalidade intra-hospitalar foi de 7,2% (IC 95%: 5,5 – 9,3), também com heterogeneidade moderada a alta (I2 = 63%), explicada (I2 = 0%) pela exclusão de um estudo “outlier”.
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Palavras-chave: Epidemiologia; Infarto do Miocárdio; Mortalidade; Políticas de Saúde Pública; Síndrome Coronariana Aguda
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