Arq. Bras. Cardiol. 2025; 122(7): e20250082
Associação entre a Função Renal e a Incidência de Desfechos Cardiovasculares Maiores em 1 Ano Após o Primeiro Infarto Agudo do Miocárdio
Este Artigo Original é referido pelo Minieditorial "Função Renal e Risco Cardiovascular: Um Aliado Prognóstico Negligenciado".
Resumo
Fundamento
As doenças cardiovasculares constituem a principal causa de mortalidade no mundo, gerando impactos sociais e econômicos significativos. Essas condições frequentemente coexistem com comorbidades, como a disfunção renal.
Objetivos
Avaliar a associação entre a depuração de creatinina e a incidência de desfechos cardiovasculares no período de 1 ano em pacientes com diagnóstico de infarto agudo do miocárdio (IAM).
Métodos
Este estudo de coorte prospectivo incluiu pacientes hospitalizados em decorrência do primeiro episódio de IAM. A depuração de creatinina foi analisada em relação aos desfechos cardiovasculares, incluindo recidiva de IAM, acidente vascular cerebral e óbito de causa cardiovascular. Valores de p <0,05 foram considerados estatisticamente significativos.
Resultados
Foram analisados 1.324 pacientes, com idade média de 60,9 ± 11,4 anos, dos quais 67,4% do sexo masculino. Depuração de creatinina inferior a 60 ml/min apresentou associação significativa com hipertensão arterial sistêmica (79,6% vs. 55,1%; p<0,001), diabetes mellitus (40,8% vs. 24,5%; p<0,001) e dislipidemia (38,8% vs. 31,4%; p=0,043). Valores mais elevados de depuração de creatinina associaram-se a menor risco de eventos adversos cardiovasculares maiores (MACEs) em 1 ano (HR: 0,992; IC 95%: 0,984-0,999; p=0,030). Ademais, verificou-se associação com menor mortalidade geral (HR: 0,984; IC 95%: 0,970-0,998; p=0,021).
Conclusão
Valores mais elevados de depuração de creatinina associaram-se a menores razões de risco para MACEs e mortalidade geral no período de 1 ano após o IAM.
Palavras-chave: Creatinina; Infarto do Miocárdio; Rim
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