Arq. Bras. Cardiol. 2020; 114(4): 711-715

Ausência de Descenso da Pressão Arterial Detectada pela Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial em Pacientes com Doença de Chagas Aguda Transmitida por Via Oral

Dilma do S. M. de Souza, Céres Larissa Barbosa de Oliveira, Brenda Gonçalves Maciel ORCID logo , Maria Tereza Figueiredo, Henrique Tria Bianco ORCID logo , Francisco A. H. Fonseca ORCID logo , Maria Cristina Izar ORCID logo , Rui M. S. Póvoa ORCID logo

DOI: 10.36660/abc.20190143

Este Artigo Original é referido pelo Minieditorial "Descenso da Pressão Arterial durante o Sono e o Sistema Nervoso Autônomo".

Resumo

Fundamento

O acometimento do sistema nervoso autônomo é um dos mecanismos propostos para explicar a progressão da lesão miocárdica na doença de Chagas. Evidências indicam alterações do sistema nervoso simpático e parassimpático desde a fase aguda, e estudos são necessários para se entender os aspectos fisiopatológicos e o valor prognóstico dessas alterações.

Objetivo

Analisar o comportamento da pressão arterial pela monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA) em pacientes normotensos com doença de Chagas aguda (DCA) sem envolvimento cardíaco aparente, e a influência da infecção no descenso fisiológico do sono.

Métodos

Foi realizado a MAPA em 54 pacientes com DCA e utilizado um grupo controle de 54 indivíduos normotensos, pareados para idade e sexo. O nível de significância adotado foi para um erro tipo I (alfa) de 5%.

Resultados

Em um total de 54 pacientes com DCA ocorreu ausência de descenso sistólico do sono em 74,0%*, ausência de descenso diastólico do sono em 53,7%*, e ausência de descenso sistólico e diastólico do sono (51,8%)*, (*p<0,05). Em 12,9% ocorreu ascensão sistólica da pressão no sono e em 18,5% ascensão diastólica (p<0,05).

Conclusão

Em pacientes com Doença de Chagas aguda, houve ausência significativa do descenso fisiológico da pressão arterial durante o sono, tanto da pressão arterial sistólica quanto a diastólica, e alguns pacientes apresentaram ascensão noturna desses parâmetros. Esses achados sugerem alterações autonômicas na doença de Chagas desde a fase aguda. (Arq Bras Cardiol. 2020; 114(4):711-715)

Ausência de Descenso da Pressão Arterial Detectada pela Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial em Pacientes com Doença de Chagas Aguda Transmitida por Via Oral

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