Arq. Bras. Cardiol. 2023; 120(3): e20220573

Diagnóstico Complicado: Uma Corda Aberrante da Valva Mitral

Marina Santos ORCID logo , Mariana Paiva, Joana Ferreira ORCID logo , Sara Guerreiro ORCID logo

DOI: 10.36660/abc.20220573

Caso

Apresenta-se o caso de um homem de 52 anos, com antecedentes de hepatite-C e abuso de drogas endovenosas, que estava internado no serviço de infectologia de outro hospital por espondilodiscite e abcesso no músculo psoas. Durante o internamento isolou-se Staphylococcus aureus em culturas de sangue, urina e líquido cefalorraquidiano, pelo que se iniciou antibioterapia dirigida. Realizou-se ecocardiograma transtorácico, que não mostrou sinais de vegetações, abcessos ou fístulas. Por manutenção de febre e suspeita de endocardite infeciosa (EI), foi submetido a ecocardiograma transesofágico (ETE). O ETE, por sua vez, apresentava uma estrutura filamentosa e móvel apensa à superfície atrial da valva mitral (VM). O diagnóstico de EI foi assumido e após sete dias de terapêutica o doente foi referenciado ao nosso hospital (terciário) para repetição de ETE. Nas imagens bidimensionais (2D) encontrou-se uma estrutura fina, bem delineada, com origem no septo interatrial (SIA) até à ponta do folheto anterior da VM, não condicionando regurgitação significativa ( , vídeo suplementar 1). Com imagem tridimensional (3D) confirmou-se a presença de uma corda anómala conectando o segmento A2 da VM à região média do SIA ( , vídeo suplementar 2). Não havia evidência de EI e esta estrutura era compatível com uma corda da VM com inserção anómala no átrio esquerdo.

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Diagnóstico Complicado: Uma Corda Aberrante da Valva Mitral

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