Arq. Bras. Cardiol. 2019; 112(3): 321-323
Dissecção Aórtica Crônica e Gestação: Relato de Caso Clínico
DOI: 10.5935/abc.20190044
Introdução
As complicações aórticas durante a gestação podem ocorrer em mulheres sem fatores de risco, porém, mais frequentemente, se associam com doenças do colágeno (Síndromes de Marfan e Ehlers-Danlos) e malformações estruturais cardíacas (coarctação e valva aórtica bivalvular)., Na mulher abaixo dos 40 anos, aproximadamente metade desses eventos ocorre na gravidez, particularmente no terceiro trimestre, ou puerpério. É um evento extremamente raro, contabilizando 0,1% a 0,4% de todas as dissecções aórticas, acometendo 5,5 (IC 95% 4,0 – 7,8) mulheres a cada 1 milhão durante a gestação e puerpério.,, Acredita-se que as alterações hemodinâmicas fisiológicas da gestação, modificações estruturais determinadas pela compressão do útero gravídico e a ação hormonal podem agravar essa patologia aórtica.,
As classificações mais utilizadas tomam como base a porção anatômica acometida. O grupo de Stanford considera: tipo A (dissecção que envolve aorta ascendente) e tipo B (apenas aorta descendente). De acordo com a duração dos sintomas até a apresentação clínica, a dissecção aórtica pode ser classificada como crônica se apresentar duas semanas ou mais após o início dos sintomas.
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