Arq. Bras. Cardiol. 2017; 109(4): 378-379
Edema Miocárdico sem Fibrose por Mapeamento T2 da Ressonância Magnética Cardíaca em Miocardite Chagásica Aguda
DOI: 10.5935/abc.20170113
Um homem de 47 anos de idade previamente saudável apresentou febre e mal-estar por 30 dias. A doença de Chagas foi diagnosticada por visualização direta de parasitas de Trypanosoma cruzi em esfregaço de sangue periférico (). O benznidazol foi iniciado e os sintomas gradualmente diminuíram. Na apresentação, o paciente tinha baixa voltagem do QRS e anormalidades de repolarização primária ao ECG, nível de troponina normal, derrame pericárdico moderado e função sistólica normal de ambos os ventrículos ao ecocardiograma. A ressonância magnética cardíaca (RMC) com sistema 3T (Verio, Siemens Healthcare) foi realizada cinco dias após o início do tratamento e confirmou função biventricular e tamanho das cavidades normais e derrame pericárdico moderado. O realce tardio por gadolíneo (RTG) foi normal (), mas o mapeamento paramétrico T2 do miocárdio (Siemens Healthcare) revelou tempos T2 miocárdicos de 70-72 ms (normal < 50 ms) compatíveis com edema em todos os segmentos do miocárdio (). Um segundo estudo de RMC, 26 dias após o início do tratamento, não mostrou derrame pericárdico, mas houve regressão parcial do edema miocárdico com T2 de 50-54 ms. Um terceiro estudo, 56 dias após o início do tratamento, mostrou regressão completa do edema miocárdico, com T2 de 45-48 ms (). O RTG sempre foi negativo. A pesquisa direta do parasita foi negativa 13 dias após o tratamento. Este bem documentado caso de miocardite aguda chagásica não evoluiu com fibrose miocárdica. No entanto, apresentou um edema miocárdico exuberante que gradualmente cessou 56 dias após o início do tratamento específico. O mapeamento T2 foi capaz de identificar o envolvimento miocárdico não detectado por técnicas convencionais como RTG, e foi demonstrado pela primeira vez para a doença de Chagas aguda.
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Palavras-chave: Cardiopatia Chagásica Aguda; Mapeamento Paramétrico
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