Arq. Bras. Cardiol. 2019; 113(3): 374-380
Estresse e Consumo Alimentar em Pacientes Hipertensos
DOI: 10.5935/abc.20190175
Este Artigo Original é referido pelo Minieditorial "Hipertensão Arterial: Aspectos Fisiopatológicos, Estresse Psicossocial e Preferência por Alimentos".
Fundamento:
O estresse é um estado de ameaça ao equilíbrio do organismo, podendo causar alterações biológicas e psicológicas. No paciente hipertenso o estresse pode interferir nos níveis pressóricos e gerar influência nas escolhas alimentares e negligência da dieta.
Objetivo:
Este estudo tem como objetivo descrever a relação entre o estresse e consumo alimentar de pacientes hipertensos.
Métodos:
Estudo transversal, desenvolvido no Ambulatório de Hipertensão Arterial do Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul. Participaram da pesquisa indivíduos hipertensos com idade > 18 anos. Foram coletados dados de pressão arterial, consumo alimentar e medidas antropométricas. As variáveis relacionadas ao estresse foram avaliadas pelo inventário de sintomas de stress para adultos de Lipp (ISSL). Em todas as análises foi considerando um nível de significância 5% (p < 0,05).
Resultados:
O número de participantes foi de 100. Houve maior prevalência no sexo feminino (67%), a idade média da população estudada foi 55,87 ± 12,55 anos. Dos participantes, 86% se classificaram em alguma das fases do estresse, sendo que destes, 57% estavam na fase de resistência. Observou-se que não houve correlação entre a presença de estresse (bem como suas fases), níveis pressóricos e consumo alimentar. O consumo de alimentos ricos em lipídios em hipertensos com sintomas de estresse apresentou significância estatística.
Conclusão:
Os alimentos ricos em gordura prevaleceram entre as escolhas alimentares nos pacientes com sintomas psicológicos de estresse. Sugere-se mais estudos em relação a alteração do consumo alimentar e níveis pressóricos em relação às fases do estresse.
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