Arq. Bras. Cardiol. 2024; 121(11): e20230343

Estudo Observacional de Expressões Ditas por Solicitantes de Atendimento Emergencial para uma Parada Cardiorrespiratória e o Impacto no Reconhecimento pelo Médico Regulador

Matheus Henrique Ramos Voos ORCID logo , Caroline Manami Okamoto, Artur Boeck Trommer ORCID logo , Amanda Berlinck da Silva, Eduardo Franke da Cruz ORCID logo , Gustavo Andreazza Laporte, Antônio Rogério Proença Tavares Crespo, Andrea Regner, Karin Viegas

DOI: 10.36660/abc.20230343

Este Artigo Original é referido pelo Minieditorial "Reconhecimento pelo Médico Regulador das Expressões Usadas por Leigos ao Pedirem Ajuda em Suposta Parada Cardiorrespiratória".

Resumo

Fundamento

A sobrevivência de uma vítima de parada cardiorrespiratória (PCR) extra-hospitalar tem relação com o fornecimento precoce de reanimação cardiopulmonar (RCP), sendo que a agilidade no reconhecimento desse evento por um médico regulador (MR) pode contribuir para a cadeia de reanimação. Atualmente, existe escassa literatura sobre o tema.

Objetivos

Analisar categorias e subcategorias de palavras/expressões utilizadas espontaneamente por leigos nos chamados por PCR e sua relação com o reconhecimento desse evento pelos MR.

Métodos

Estudo transversal, com análise de chamadas de socorro feitas por leigos, devido à PCR, em um serviço de atendimento móvel de urgência do Brasil. As expressões utilizadas foram classificadas em seis categorias e 31 subcategorias. A análise estatística empregou testes com modelos uni e multivariados para avaliação da força da associação das categorias e subcategorias das palavras/expressões com a presunção de PCR. O nível de significância estatística adotado foi de 5%.

Resultados

Foram incluídos 284 chamados no estudo e, após aplicados os critérios de exclusão, 101 foram analisados. As categorias de expressões “estado cardiovascular/perfusional” (p=0,019) e “estado geral” (p=0,011) foram identificadas como fatores de confusão no reconhecimento de uma PCR. Ainda, as subcategorias: “dificuldade respiratória” (p=0,023), “irresponsividade verbal” (p=0,034), “cor facial” (p=0,068) e “passando mal” (p=0,013) também foram identificadas como fatores de confusão. Por outro lado, as subcategorias de expressões: “ausência de respiração” (p=0,010); “posição espacial” (p=0,016); e “emergências cardiovasculares” (p=0,045) foram identificadas como fatores facilitadores para o reconhecimento de PCR.

Conclusão

Categorias e subcategorias de expressões empregadas pelos solicitantes durante o chamado por PCR podem influenciar no ágil reconhecimento dessa condição pelo médico regulador.

Estudo Observacional de Expressões Ditas por Solicitantes de Atendimento Emergencial para uma Parada Cardiorrespiratória e o Impacto no Reconhecimento pelo Médico Regulador

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