Arq. Bras. Cardiol. 2022; 119(1): 37-45

Excesso de Mortalidade Hospitalar por Doenças Cardiovasculares no Brasil Durante o Primeiro Ano da Pandemia de COVID-19

Anderson da Costa Armstrong ORCID logo , Lucas Gomes Santos ORCID logo , Thiago Cavalcanti Leal ORCID logo , João Paulo Silva de Paiva ORCID logo , Leonardo Feitosa da Silva ORCID logo , Gibson Barros de Almeida Santana ORCID logo , Carlos Alberto de Oliveira Rocha ORCID logo , Thiala Alves Feitosa ORCID logo , Sara Larissa de Melo Araújo ORCID logo , Márcio Bezerra-Santos ORCID logo , Carlos Dornels Freire de Souza ORCID logo , Rodrigo Feliciano do Carmo ORCID logo

DOI: 10.36660/abc.20210468

Este Artigo Original é referido pelo Minieditorial "A Pandemia de COVID-19 e a Doença Cardiovascular no Brasil: Aprendendo com os Dados".

Resumo

Fundamento:

A pandemia da COVID-19 tem causado um impacto sobre a mortalidade por várias doenças em todo o mundo, especialmente por doenças cardiovasculares (DCVs). O Brasil é um país de dimensões continentais com diferenças significativas na estrutura de saúde entre seus estados.

Objetivo:

Analisar a mortalidade hospitalar por DCV no sistema público de saúde durante o primeiro ano da pandemia por COVID-19 (2020) no Brasil.

Métodos:

Este é um estudo ecológico analisando o número absoluto de mortes hospitalares e a taxa de mortalidade hospitalar no Brasil, suas macrorregiões, e unidades federativas. Os dados foram obtidos do Sistema de Informações Hospitalares (SIH) do Ministério da Saúde. O P-escore foi usado para analisar o excesso de mortalidade. O escore compara os eventos observados com os eventos esperados para um dado local e período. O escore-P foi corrigido por um modelo de regressão joinpoint, com um intervalo de confiança de 95% e nível de significância de 5%.

Resultados:

Houve 93.104 óbitos hospitalares por DCV no Brasil em 2020, o que representa 1495 menos óbitos (escore-P: -1,58) que o esperado. A região centro-oeste apresentou um escore-P positivo, com um aumento de 15,1% no número de mortes. Dez estados apresentaram um maior número de óbitos em 2020. Ainda, observou-se um excesso de 13,3% de mortalidade hospitalar no país como um todo, e um excesso de mortalidade hospitalar em todas as macrorregiões.

Conclusões:

Houve uma diminuição no número absoluto de óbitos hospitalares, bem como um aumento na taxa de mortalidade por DCV no Brasil em 2020, após o início da pandemia por COVID-19.

Excesso de Mortalidade Hospitalar por Doenças Cardiovasculares no Brasil Durante o Primeiro Ano da Pandemia de COVID-19

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