Arq. Bras. Cardiol. 2018; 111(4): 626-628
Internacionalizar é Preciso, mas é o Bastante?
DOI: 10.5935/abc.20180212
O século 21 tem sido marcado pela globalização, definida, dentre outras formas, como a integração da informação, comunicação e economia em escala planetária, com influência direta no ensino superior em seus diversos níveis. Assim, a internacionalização da pós-graduação pode ser vista como uma resposta à globalização, manifestando-se como programas e políticas, realizadas por instituições acadêmicas e governos, para aumentar o intercâmbio de estudantes e docentes e estimular o fortalecimento de parcerias em pesquisa, dentre outras ações. Na verdade, estas ações têm sido praticadas há muito tempo pelas universidades e centros de pesquisa, mas foram ampliadas significativamente, em particular no novo século.
Diversos estudos– têm repetidamente mostrado que pesquisas colaborativas envolvendo autores de múltiplas instituições e/ou países têm impacto significativamente maior do que as pesquisas envolvendo apenas um grupo ou instituição. No Brasil, a internacionalização da pós-graduação tem sido altamente valorizada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), gerando intensos esforços por parte dos programas de pós-graduação (PPG) no sentido de atingir as metas definidas. Numa pesquisa realizada com PPG de notas 6 ou 7, Ramos observou que para tais PPG, a internacionalização engloba desde a mobilidade internacional, redes internacionais de colaboração, produtos acadêmicos (publicações internacionais), coautorias internacionais, apresentação de trabalhos em conferências e reuniões científicas internacionais, até o acesso a recursos sob forma de uso ou compartilhamento de infraestrutura de pesquisa e financiamento internacional. Nos PPG de nosso país as estratégias de internacionalização mais frequentes são a mobilidade internacional de docentes, pesquisadores e estudantes e a colaboração internacional em pesquisa, implementadas principalmente por meio de acordos de cooperação internacional. Todavia, a pesquisa detectou diferenças significativas entre as instituições na provisão de condições adequadas para a internacionalização, sendo a disponibilidade de recursos financeiros, a existência de marcos regulatórios, e o suporte organizacional, alguns dos requisitos considerados importantes para se atingir esse objetivo.
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