Arq. Bras. Cardiol. 2018; 111(4): 626-628

Internacionalizar é Preciso, mas é o Bastante?

Gláucia Maria Moraes de Oliveira, Andrea De Lorenzo, Fernanda Marciano Consolim Colombo, Eduardo Back Sternick, Andréa Araujo Brandão, Sergio Emanuel Kaiser, Alexandre Schaan de Quadros, Renato Abdala Karam Kalil, Christianne Brêtas Vieira Scaramello, Francisco Rafael Martins Laurindo, Ludhmila Abrahão Hajjar

DOI: 10.5935/abc.20180212

O século 21 tem sido marcado pela globalização, definida, dentre outras formas, como a integração da informação, comunicação e economia em escala planetária, com influência direta no ensino superior em seus diversos níveis. Assim, a internacionalização da pós-graduação pode ser vista como uma resposta à globalização, manifestando-se como programas e políticas, realizadas por instituições acadêmicas e governos, para aumentar o intercâmbio de estudantes e docentes e estimular o fortalecimento de parcerias em pesquisa, dentre outras ações. Na verdade, estas ações têm sido praticadas há muito tempo pelas universidades e centros de pesquisa, mas foram ampliadas significativamente, em particular no novo século.

Diversos estudos têm repetidamente mostrado que pesquisas colaborativas envolvendo autores de múltiplas instituições e/ou países têm impacto significativamente maior do que as pesquisas envolvendo apenas um grupo ou instituição. No Brasil, a internacionalização da pós-graduação tem sido altamente valorizada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), gerando intensos esforços por parte dos programas de pós-graduação (PPG) no sentido de atingir as metas definidas. Numa pesquisa realizada com PPG de notas 6 ou 7, Ramos observou que para tais PPG, a internacionalização engloba desde a mobilidade internacional, redes internacionais de colaboração, produtos acadêmicos (publicações internacionais), coautorias internacionais, apresentação de trabalhos em conferências e reuniões científicas internacionais, até o acesso a recursos sob forma de uso ou compartilhamento de infraestrutura de pesquisa e financiamento internacional. Nos PPG de nosso país as estratégias de internacionalização mais frequentes são a mobilidade internacional de docentes, pesquisadores e estudantes e a colaboração internacional em pesquisa, implementadas principalmente por meio de acordos de cooperação internacional. Todavia, a pesquisa detectou diferenças significativas entre as instituições na provisão de condições adequadas para a internacionalização, sendo a disponibilidade de recursos financeiros, a existência de marcos regulatórios, e o suporte organizacional, alguns dos requisitos considerados importantes para se atingir esse objetivo.

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Internacionalizar é Preciso, mas é o Bastante?

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