Arq. Bras. Cardiol. 2021; 117(6): 1212-1216
Mapeamento com Software Coherent para Ablação de Flutter Atrial Atípico – Um Passo à Frente na Compreensão do Mecanismo da Arritmia
Apresentação do caso
Uma mulher de 86 anos com antecedentes de fibrilação atrial paroxística foi encaminhada para ablação de flutter auricular (FLA) atípico. Ela nunca havia sido submetida a ablação por cateter antes. O ecocardiograma transtorácico revelou fração de ejeção do ventrículo esquerdo de 65%, átrio esquerdo discretamente dilatado (42 mm) e regurgitação mitral moderada. O ECG de 12 derivações mostrou ondas F positivas em V1 e nas derivações de membros inferiores, ondas F isoelétricas em DI e onda F negativa em aVL (). Dada a ativação concêntrica no seio coronário (SC), com uma duração do ciclo de taquicardia (TCL, tachycardia cycle length) de 330ms, () um mapa de ativação atrial direito (AD), realizado com o cateter PentaRay®, foi inicialmente analisado com a ferramenta HD Coloring (CARTO® 3V7, Biosense Webster, CA, EUA). Foi revelada uma ativação precoce no septo interatrial com apenas 1/3 da TCL (). Um mapa de ativação do átrio esquerdo (AE) subsequente revelou uma grande área com cicatriz e provável bloqueio de condução em quase toda a parede anterior representada como uma linha branca de acordo com o recurso da ferramenta Extended Early Meets Late (EEML), e várias áreas com tempo de ativação local (LAT, local activation time) precoces – no apêndice atrial esquerdo (AAE), na face anterior da válvula mitral (VM) e no teto próximo ao segmento anterior da veia pulmonar superior direita (VPSD). Ele também mostrou duas zonas de reentrada, como estabelecido pelo recurso da ferramenta Early Meets Late (EML) ( e ). Esses mapas sugeriam um provável circuito ao redor das veias pulmonares direitas, mas não explicavam a ativação da cor no AAE e na VM. Um novo algoritmo de mapeamento – Coherent (CARTO® 3V7, Biosense Webster) revelou o circuito ( e ). Qual é o mecanismo desse FLA atípico?
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