Arq. Bras. Cardiol. 2025; 122(2): e20240420
Preditores Pré-Operatórios de Readmissão Hospitalar em até 5 Anos após CRM: Análise de Coorte do Banco de Dados REPLICCAR II
Este Artigo Original é referido pelo Minieditorial "Preditores de Readmissão Hospitalar Após Cirurgia de Revascularização Miocárdica – Reflexões e Perspectivas".
Resumo
Fundamento
Reduzir as readmissões hospitalares após cirurgias de revascularização miocárdica (CRM) é essencial para otimizar os resultados a médio e longo prazo.
Objetivo
Analisar preditores pré-operatórios associados à readmissão por todas as causas e cardíacas em até 5 anos após CRM.
Métodos
Foram analisados 1387 pacientes submetidos à CRM entre junho de 2017 e julho de 2019, utilizando dados do registro multicêntrico REPLICCAR II. O seguimento foi realizado por entrevista telefônica com questionário estruturado no REDCap. A análise estatística incluiu métodos univariados e multivariados, utilizando regressão de Cox e validação interna do modelo por testes de calibração e discriminação. O nível de significância adotado foi de 5%.
Resultados
A incidência cumulativa de readmissão por todas as causas foi de 27,69%, com um seguimento médio de 4,3 anos e tempo médio até a readmissão de 2,4 anos. A regressão multivariada indicou que menor índice de massa corporal (HR=0,97, p=0,032), histórico de infarto do miocárdio (HR=1,27, p=0,024), diabetes mellitus (HR=1,35, p=0,004), insuficiência renal (HR=1,62, p=0,004) e maior score STS (HR=1,22, p<0,001) estão associados a maior risco de readmissão por todas as causas. Foi observada correlação moderada entre readmissão e mortalidade (Rho=0,55).
Conclusões
Esta análise revela que um índice de massa corporal mais baixo, antecedentes de infarto do miocárdio, diabetes mellitus, insuficiência renal e um STS score elevado estão associados ao aumento do risco de readmissão hospitalar após a CRM.
Palavras-chave: Doença Arterial Coronariana; Hospitalização; Revascularização Miocárdica
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