Arq. Bras. Cardiol. 2019; 113(2): 260-269
Qualidade da Orientação Nutricional Intra-hospitalar em Pacientes com IAMcSST das Redes Pública e Privada de Saúde em Sergipe: Registro (VICTIM)
DOI: 10.5935/abc.20190124
Este Artigo Original é referido pelo Minieditorial "Falta de Aconselhamento Nutricional durante Hospitalização".
Fundamento:
A adequação dos hábitos alimentares faz parte das recomendações pós-infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (IAMcSST); contudo, tem sido pouco explorada a qualidade da orientação nutricional intra-hospitalar nos diferentes serviços de saúde.
Objetivo:
Avaliar a qualidade da orientação nutricional intra-hospitalar entre pacientes com IAMcSST nas redes de saúde pública e privada em Sergipe.
Métodos:
Estudo transversal, com dados do Registro Via Crucis para o Tratamento do Infarto do Miocárdio (VICTIM), realizado de abril a novembro de 2017 com indivíduos com idade ? 18 anos, diagnosticados com IAMcSST em um hospital público e três privados. Analisaram-se a ocorrência de orientação nutricional e a sua qualidade com base nas diretrizes atuais e por meio de aplicação de questionários, sendo adotado nível de significância de 0,05.
Resultados:
Foram avaliados 188 voluntários, sendo 80,3% do serviço público. Dentre os entrevistados, 57,6% da rede pública e 70,3% da privada receberam orientação nutricional intra-hospitalar (p = 0,191). O registro dessa prática em prontuário foi menor no serviço público (2,6% versus 37,8%; p < 0,001). Verificou-se o predomínio das orientações restritivas, sobretudo de sal e gorduras, 52,3% e 70,3% no público e no privado, respectivamente (p = 0,064). Quanto à inserção de alimentos cardioprotetores, pacientes da rede privada foram mais beneficiados, principalmente quanto ao consumo de frutas e verduras/legumes (48,6% versus 13,2%, p < 0,001). Entre aqueles que receberam orientação, o conhecimento nutricional foi maior no sistema privado (68,2% versus 26,3%, p < 0,001).
Conclusão:
A orientação nutricional intra-hospitalar para o IAMcSST em Sergipe apresenta baixa qualidade em ambos os serviços de saúde, sobretudo no público.
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