Arq. Bras. Cardiol. 2025; 122(8): e20240856

Relação entre Fibrose Hepática Decorrente da Doença Hepática Gordurosa Associada à Disfunção Metabólica e Aterosclerose Subclínica

Daniele Araujo de Azeredo Coutinho, Jenaine Rosa Godinho ORCID logo , Raphael Carreiro Moura, Rogério Martins Oliveira, Hevila Faria Passos, Jordana de Paula Felipe Mendes, Carlos Roberto Moraes de Andrade Junior, Luis Guillermo Coca-Velarde, Maria Auxiliadora Nogueira Saad, Priscila Pollo Flores ORCID logo , Debora Vieira Soares ORCID logo

DOI: 10.36660/abc.20240856

Resumo

Fundamento

A doença hepática esteatótica associada à disfunção metabólica (DHEADM) é a enfermidade hepática mais prevalente no mundo. A DHEADM pode progredir para fibrose e complicações associadas, sendo a doença cardiovascular a principal causa de morte nesses indivíduos. Marcadores de aterosclerose carotídea são capazes de predizer desfechos cardiovasculares, o que ressalta a importância de sua associação com a fibrose hepática.

Objetivo

Avaliar a relação entre fibrose hepática na DHEADM e aterosclerose subclínica, por meio da análise da espessura médio-intimal da carótida (EMIC), da idade vascular (IV) e da presença de placas ateroscleróticas.

Métodos

Estudo prospectivo conduzido com participantes sob risco para DHEADM. A esteatose e a fibrose hepáticas foram avaliadas por ultrassonografia e elastografia hepática, com uso do parâmetro de atenuação controlada. A aterosclerose carotídea foi analisada por meio de ultrassonografia de carótidas, medições da EMIC e da IV. Adotou-se nível de significância de 5% (p < 0,05).

Resultados

Foram incluídos 114 participantes, com idade mediana de 64 anos (IIQ: 55–68), sendo 96 (84%) do sexo feminino. A esteatose foi identificada em 99 participantes (86,8%) e a fibrose em 31 (27,2%). Placas ateroscleróticas estavam presentes em 33 indivíduos (28,9%), sem diferença significativa na frequência entre os grupos. No entanto, o grupo com fibrose apresentou EMIC mais elevada e IV aumentada. Em uma análise de subgrupo com 85 participantes com diabetes mellitus tipo 2 (DM2), 27 (31,8%) apresentavam fibrose. Esses indivíduos apresentaram EMIC superior (0,742 mm vs. 0,653 mm; p < 0,05) e IV nove anos acima da idade cronológica, quando comparados aos indivíduos sem fibrose (p < 0,05).

Conclusão

Este estudo demonstra que indivíduos com DHEADM e fibrose hepática apresentam maior envelhecimento vascular e risco cardiovascular aumentado, refletidos por elevações na EMIC e na IV.

Relação entre Fibrose Hepática Decorrente da Doença Hepática Gordurosa Associada à Disfunção Metabólica e Aterosclerose Subclínica

Comentários

Pular para o conteúdo