Arq. Bras. Cardiol. 2022; 118(3): 655-658
Residência Médica no Brasil na Era das Doenças Crônicas: A Necessidade da Residência em Medicina Cardiometabólica
Introdução
Doenças cardiovasculares (DCV) são a principal causa de morte no Brasil, diminuindo significativamente a expectativa de vida, prejudicando a qualidade de vida, e afetando grandemente no Sistema de saúde unificado brasileiro. Entretanto, é importante destacar o enorme avanço na pesquisa cardiovascular e na cardiologia brasileira nas últimas 6 décadas, que contribuíram para aumentar a expectativa de vida de 54,1 anos em 1960 para 75,6 anos em 2018.
Apesar de, no último século, a cardiologia ter travado uma grande batalha contra as doenças agudas, tais como a endocardite e o infarto agudo do miocárdio, a pesquisa médica fez progressos inovadores no controle dessas doenças. Contudo, ao mesmo tempo, a era das doenças crônicas surgiu, em que os drivers principais (por exemplo, genética, ambiente, comportamento), os drivers metabólicos (por exemplo, obesidade, diabetes, colesterol alto e hipertensão), as comorbidades (por exemplo doença hepática gordurosa não alcoólica e doença renal crônica [DRC]), e os desfechos clínicos (por exemplo, doença cardíaca coronária, insuficiência cardíaca e fibrilação atrial) foram modelados para melhorar os resultados para o pacientes. Em um esforço para melhorar esse conceito, Mechanick et al. , apresentaram o modelo de Doença crônica cardiometabólica (CMBCD), com foco no impacto de drivers primários e metabólicos no desenvolvimento de DCV, identificando as principais metas para reduzir a progressão de risco (CMBCD de estágio 1) para pré-doença (CMBCD de estágio 2), doença (CMBCD de estágio 3) e complicações (CMBCD de estágio 4). Essa classificação é mostrada na e marca uma nova era no cuidado de doenças cardiometabólicas.
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Palavras-chave: Diabetes Mellitus; Hipertensão; Internato e Residência; Obesidade
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