Arq. Bras. Cardiol. 2021; 117(3): 512-517

Síndrome de Heyde: Estratégias Terapêuticas e Seguimento de Longo Prazo

Vitor Emer Egypto Rosa ORCID logo , Henrique Barbosa Ribeiro ORCID logo , João Ricardo Cordeiro Fernandes, Antonio de Santis, Guilherme Sobreira Spina, Milena Ribeiro Paixão, Lucas José Tachotti Pires, Marcelo Bettega ORCID logo , Tarso Augusto Duenhas Accorsi, Roney Orismar Sampaio, Flávio Tarasoutchi ORCID logo

DOI: 10.36660/abc.20200371

Este Artigo Original é referido pelo Minieditorial "Os Pacientes com Síndrome de Heyde Deveriam Sofrer Intervenção Valvar Precoce?".

Resumo

Fundamentos

A síndrome de Heyde é a associação de estenose aórtica importante com episódio de sangramento gastrointestinal por lesões angiodisplásicas. Pouco é conhecido sobre os fatores associados a novos sangramentos e desfechos em longo prazo. Além disso, a maioria dos dados é restrita a relatos de casos e pequenas séries.

Objetivo

Avaliar o perfil clínico, laboratorial e ecocardiográfico de pacientes com síndrome de Heyde submetidos a intervenção valvar ou tratamento medicamentoso.

Métodos

Coorte prospectiva de 24 pacientes consecutivos entre 2005 e 2018. Foram avaliados dados clínicos, laboratoriais, ecocardiográficos e relacionados à intervenção valvar e a desfechos após o diagnóstico. Valor de p<0,05 foi considerado estatisticamente significante.

Resultados

Metade dos 24 pacientes apresentou sangramento com necessidade de transfusão sanguínea na admissão. Angiodisplasias foram encontradas mais frequentemente no cólon ascendente (62%). Intervenção valvar (cirúrgica ou transcateter) foi realizada em 70,8% dos pacientes, e 29,2% foram mantidos em tratamento clínico. Novos episódios de sangramento ocorreram em 25% dos casos, e não houve diferença entre os grupos clínico e intervenção (28,6 vs. 23,5%, p=1,00; respectivamente). A mortalidade no seguimento de 2 e 5 anos foi de 16% e 25%, sem diferença entre os grupos (log-rank p = 0,185 e 0,737, respectivamente).

Conclusões

Pacientes com síndrome de Heyde tiveram alta taxa de sangramento com necessidade de transfusão sanguínea na admissão, sugerindo ser uma doença grave e com risco elevado de mortalidade. Não encontramos diferenças entre os grupos submetidos ao tratamento clínico e à intervenção valvar em relação a taxas de ressangramento e mortalidade tardia.

Síndrome de Heyde: Estratégias Terapêuticas e Seguimento de Longo Prazo

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