Arq. Bras. Cardiol. 2025; 122(7): e20240763

Tendências Temporais na Epidemiologia da Febre Reumática Aguda: Uma Análise Nacional de 2008 a 2022

Antonio Mutarelli ORCID logo , Larissa Armelin ORCID logo , Alexandre Negrão Pantaleão ORCID logo , Alleh Nogueira ORCID logo , Carla Jorge Machado, José Luiz P Silva ORCID logo , Jagdip Kang, Walderez O. Dutra, Maria C. P. Nunes ORCID logo

DOI: 10.36660/abc.20240763

Resumo

Fundamento

A febre reumática aguda (FRA) ainda representa um grande desafio de saúde pública, principalmente em países de baixa e média renda. Afeta desproporcionalmente populações não brancas em regiões menos favorecidas e pode evoluir para cardiopatia reumática (CR), associada à alta morbidade e mortalidade.

Objetivos

Analisar internações e óbitos relacionados à FRA no Brasil entre 2008 e 2022, destacando desigualdades regionais e demográficas.

Métodos

Estudo transversal baseado em dados de internação e mortalidade por FRA, coletados pelo Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS). Dados estratificados por características demográficas, região e tipo de visita hospitalar foram analisados utilizando modelos de regressão linear de média móvel para avaliar o impacto de idade, sexo e raça. A significância estatística foi estabelecida em p < 0,05.

Resultados

Foram registradas 11.061 internações e 65 óbitos por FRA; 53% dos hospitalizados eram homens e 16% eram brancos. A faixa etária de 10 a 14 anos apresentou as maiores taxas de internação, enquanto a de 15 a 19 anos apresentou mais óbitos. As internações foram mais frequentes entre indivíduos não-brancos, concentrando-se no Nordeste do Brasil. Ao longo do tempo, as internações pela FRA diminuíram em todas as demografias, com convergência gradual entre as taxas de homens e mulheres até 2022.

Conclusões

O estudo revela um declínio nas internações por FRA em todas as regiões e demografias, embora ainda persistam disparidades. Não houve diferença significativa nos casos entre homens e mulheres. Evidência é uma evidência entre fatores socioeconômicos e a carga de doença, afetando mais grupos de baixa renda.

Tendências Temporais na Epidemiologia da Febre Reumática Aguda: Uma Análise Nacional de 2008 a 2022

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