APRESENTAÇÃO
Bem-vindo ao Memorial dos Arquivos Brasileiros de Cardiologia. Neste espaço virtual você terá contato com um pedaço da história da Cardiologia Brasileira, escrito nas páginas da sua principal revista científica.
Além do conteúdo disponível no formato eletrônico, um espaço físico localizado na sede da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) em São Paulo reúne todo o acervo relacionado ao periódico. No local, assim como nas páginas eletrônicas, é possível conhecer a história dos Arquivos nesses quase 60 anos de existência, consultar todos os números publicados desde seu surgimento, em 1948, bem como conhecer os Editores que estiveram à frente da publicação, para os quais foi reservada uma galeria de fotos.
A visita ao memorial está aberta aos interessados, onde é encontrada ainda a ata de fundação do periódico, datada de 1946, e algumas curiosidades como anúncios antigos veiculados na revista.
EDITORES
CAPAS
HISTÓRIA DA REVISTA
Nos primeiros anos de sua existência, o grande desafio da Sociedade Brasileira de Cardiologia foi a organização de seus congressos, de modo a torná-los regulares e produtivos, o que, para aquele tempo, era uma tarefa complexa e abrangente, principalmente devido às dificuldades de transporte e comunicação então vigentes.
O segundo trabalho de maior relevância foi a criação de um órgão de divulgação próprio, uma vez que os já existentes na Europa e nos Estados Unidos tinham grande penetração nos meios acadêmicos brasileiros, mas não alcançavam a massa de médicos que aqui praticava Cardiologia, sobretudo representada por clínicos gerais.
A idéia de um órgão de divulgação foi logo colocada em prática, criando-se uma revista que, na época, representava uma autêntica ousadia já que pertencia a uma Especialidade ainda emergente, pois, na maioria dos centros médicos, a Cardiologia ainda fazia parte da clínica médica. Tal iniciativa atesta que, os fundadores da SBC pensaram, desde o início, na necessidade de um veículo que pudesse registrar e divulgar os eventos e trabalhos científicos produzidos por seus membros. Assim, na Ata de fundação, em 14 de agosto de 1943, registrada no Livro de Atas número 1 (verso), a primeira Diretoria da SBC, tendo à frente a figura de Dante Pazzanese como seu primeiro presidente, já incluía o cargo de Diretor de Arquivos, que nada mais era do que o responsável por uma revista de divulgação das atividades da Sociedade e de seus membros, então existente apenas como idéia. Esse primeiro Diretor foi Leovigildo Mendonça de Barros. Porém, por motivos financeiros, a revista não foi editada nos anos seguintes. No Livro de Atas número 1, página 21 (verso), está registrado que, em 29 de julho de 1946, na 3ª Reunião Anual da SBC, realizada em Belo Horizonte, MG, foi eleita a nova Diretoria, quando aparece, pela primeira vez, o nome de Jairo Ramos para “Diretor de Arquivos” e num trecho da Ata está assentado o seguinte:
“Proposta de Dante Pazzanese e Luiz V. Décourt para um Comitê de Redação para a revista da Sociedade, os Arquivos Brasileiros de Cardiologia que sairia quando houvesse matéria, com preferência para os artigos apresentados à Sociedade. Aprovada. O Comitê de Redação será o seguinte: Diretor dos Arquivos: Jairo Ramos. Redatores auxiliares: Luiz V. Décourt, Reinaldo Marcondes e Leovigildo Mendonça de Barros. Conselho de Redação: Dante Pazzanese, R. Chiaverini, S. Bertacchi, José Ramos, R. Menezes Oliveira, Genival Londres, Aarão B. Benchimol, Caio B. Dias, Bernardo Magalhães, Aldo S. Chaves e Adriano Pondé.”
Segundo consta, o nome “Arquivos Brasileiros de Cardiologia” foi sugerido por Jairo Ramos e prontamente aceito pelos membros da SBC, provavelmente por influência européia, sobretudo da Medicina francesa (do “Archives de Maladie du Coeur”).
Para acertar a relação entre esse novo órgão e SBC, e após discussões sobre várias opções apresentadas durante uma assembléia, foi deliberado que fosse acrescentada a frase “Sob os Auspícios da Sociedade Brasileira de Cardiologia”, posteriormente mantida por muito tempo.
A Ata da 4ª Reunião Anual da SBC, em 7 de julho de 1947, realizada em Salvador, BA, registrada no mesmo Livro de Atas, não faz nenhuma referência aos Arquivos. Mesmo assim, a partir dos esforços desses cardiologistas surgiu o primeiro número dos Arquivos Brasileiros de Cardiologia, no primeiro trimestre de 1948, quando o representante de Minas Gerais, Octávio Magalhães, era o presidente da SBC. Com tiragem de 600 exemplares, constava de um volume com sete artigos distribuídos em 112 páginas, sendo cinco catalogados como “Trabalhos Originais”, um como “Caso Clínico” e um como “Conferência”.
O trabalho que apareceu na página 1 do volume 1 trazia o título “The electrocardiographic evidence of local ventricular ischemia”, assinado por Robert H. Bayley e Jolm S. La Due, de Oklahoma City, Estados Unidos. O segundo trabalho, incluído a partir da página 19, foi uma revisão de Dante Pazzanese intitulada “A estrofantina no tratamento da insuficiência cardíaca”, em cujo rodapé estava escrito “Chefe do Serviço de Cardiologia do H. Municipal de São Paulo”, que, segundo consta, foi o primeiro serviço organizado da Especialidade no Brasil.
A equipe responsável por esta seção inaugural é apresentada na figura 2, revelando nomes diferentes daqueles indicados anteriormente.
No número 2, de junho de 1948, aparecia o trabalho “Consideraciones en relación com la repolarización auricular” de Jorge Sobrerón, Enrique Cabrera e Maria Victória de la Cruz, sob a tutela de Demétrio Sodi Pallares, proeminentes investigadores da escola mexicana que dominava a Cardiologia da época e que tinha grande influência no meio brasileiro. A partir desses primeiros números, a até os dias atuais, os Arquivos vêm mantendo absoluta regularidade e alta qualidade editorial, além de apresentação gráfica adequada. Sua periodicidade inicial foi de quatro números anuais; de 1960 a 1978 tornou-se bimestral e, a partir de 1979, passou a ter circulação mensal. Representa também a única revista brasileira mensal indexada no “Index Medicus”.
A par de sua circulação regular, a partir de 1957, começaram a ser editados suplementos, que se tornaram anuais a partir de 1963, publicando os resumos dos trabalhos apresentados nos Congressos da SBC.
Tiragem, formato e publicidade
A tiragem inicial dos Arquivos foi de 600 exemplares, mas entre 1967 e 1972, já passou para 2.500. de 1972 a 1980 chegou aos 3.500 e, em 1981, alcançou a significativa cifra de 5.000 exemplares por mês. Sua tiragem atual é de 11.000 exemplares.
Desde a sua criação, os Arquivos mantiveram-se em sintonia com a evolução das apresentações gráficas. No início, exibia o formato retangular de 15 x 21cm (fechado), passando, em 1967, para 17,5 x 27,5 e, desde 1984, adotou o formato atual, de 21 x 28cm (fechado), a exemplo do que ocorre com a maioria das revistas médicas de circulação mundial.
Os resumos dos congressos da SBC começaram a ser publicados a partir de 1948, com 77 trabalhos apresentados na “5ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Cardiologia”.
A veiculação publicitária, suporte financeiro imprescindível para qualquer órgão de divulgação, passou a fazer parte dos Arquivos na edição de Fevereiro de 1962 com anúncios em Preto e Branco e só à partir de Agosto de 1964, com anúncios coloridos. Tais anúncios eram por vezes, curiosos e pitorescos. A Figura 4 exibe um anúncio que, pelos padrões atuais, é no mínimo curioso, pois mostra uma propaganda de Digitofix, derivado da Digitalis purpúrea, usado até hoje, embora em outras formas de apresentação e com dosagens diferentes. A dosagem então divulgada “cada comprimido contém 1 dose gato” revela muito bem a precariedade dos critérios de posologia da época, pois significa dizer que cada comprimido continha uma quantidade capaz de fazer fibrilar o coração de um gato, sem levar em consideração as variáveis do animal. Na Figura 5 aparece a promoção de um modelo de eletrocardiógrafo usado naqueles tempos.
ATA DE FUNDAÇÃO DA REVISTA
Texto da ata
Ata da 3ª reunião da Sociedade Brasileira de Cardiologia realizada em Belo Horizonte de 25 de Julho de 1946 a 29 de Julho de 1946.
Aos 25 de Julho de 1946, às 20:30 horas, na sede da Reitoria da Universidade de Minas Geraes, inaugurou-se em seção solene, a Terceira Reunião da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Aberta a seção pelo Prof. Adriano Pondé, presidente, secretariado pelo Prof. R. Menezes Oliveira, com o auxílio do Prof. R. Chiaverini, foram convidados para fazer parte da mesa os Representantes do Interventor Federal, do Secretário de Educação e Saúde e do Diretor da Faculdade de Medicina e do Dr. Dante Pazzanese.
Foi dada a palavra ao Prof. Otávio Magalhães, representante da Soc. Mineira de Biologia e da Faculdade de Medicina que fez a saudação aos congressistas.
A seguir o Prof. Adriano Pondé agradece a recepção da hospitaleira terra mineira.
Em seguida é lida a ata da seção anterior que é posta em discussão e aprovada por unanimidade.
O Dr. Dante Pazzanese comunica que as obras de Carlos Chagas foram impressas pelo Prefeito de São Paulo, o Exmo. Snr. Abrahão Ribeiro, tendo proposto enviar-se um voto de congratulações ao mesmo por este gesto altamente patriótico, o que foi aprovado unanimemente.
Em seguida foram propostas e postas em votação as normas da reunião, tendo o Dr. Alcyr Campos proposto, o que foi aprovado por unanimidade que as propostas fossem impressas e distribuídas aos sócios.
A seguir foi dado início ao 1º tema oficial: “Nomenclatura e padronização do Diagnóstico Cardiológico”.
1. O Dr. Olavo Pazzanese relator oficial da parte de Diagnóstico Radiológico fez um estudo completo dos critérios diagnósticos, propondo uma série de adenduns e alterações. O relatório foi comentado pelos Drs. Ruy Faria, Caio B. Dias, Horácio K. Mello, Luiz Décourt, R. Menezes Oliveira, Dante Pazzanese e R. Chiaverini, respondendo no final o Dr. Olavo Pazzanese. Em seguida o Presidente põe em votação as propostas de que as alterações e adenduns seriam enviados em sentido consultivo aos impressores americanos, para, mediante licença dos impressores originaes, serem publicadas com as alterações propostas pelos relatores. Estas alterações seriam devidas a modificações causadas pela patologia nacional, por métodos nacionaes e seriam devidamente documentadas. As propostas foram aprovadas.
2. O Dr. R. Menezes Oliveira, relator oficial da parte de Diagnóstico Clínico, leu apenas as dúvidas que havia, pedindo a opinião dos colegas. Comentaram seu trabalho os Drs. Dante Pazzanese, Luiz Décourt, R. Faria e R. Chiaverini, tendo sido resolvido que o relator procuraria resolver as dúvidas de lingüística com autoridades na matéria e enviar o relatório, junto com os outros ao Criteria Committee da New York Heart Association para aprovação. Em virtude dos outros relatores, das partes de Diagnóstico Anatomo-Patológico e Eletrocardiográfico não terem apresentado seus trabalhos, foi aprovada uma proposta encarregando o Dr. R. Menezes Oliveira de oficiar aos Drs. Moacyr Amorim e Nelson Cotrim sobre estes trabalhos e ficar encarregado dos mesmos.
Pelo Presidente foi proposto e aprovado um voto de pezar pela morte do consócio Dr. Eduardo Monteiro.
Terminando teve a palavra o representante do Interventor, Dr. Alvino de Paula, Diretor de Saúde Pública de Minas.
Foi encerrada a seção às 11:15 do dia 25 de Julho de 1946, tendo sido presidida pelo Prof. Adriano Pondé e secretariada pelo Prof. R. Menezes Oliveira.
A 2ª seção foi realizada às 8:45 do dia 26 de Julho no Anfiteatro da Faculdade de Medicina da Universidade de Minas Gerais.
Sobre o tema oficial “Doença de Chagas”, teve a palavra o Dr. Emanuel Dias que discorreu sobre a epidemiologia, diagnóstico de laboratório e anatomia patológica da Doença de Chagas.
A seguir foi dada a palavra ao Dr. Francisco Laranja, também relator oficial do tema, falando sobre a cardiopatia chagásica.
Comentaram os 2 trabalhos os Drs. B. Magalhães, R. Marcondes, D. Pazzanese, B. Tranchesi, R. Faria, S. Borges, A. Brasil, R. Menezes Oliveira, R. Chiaverini, L. Decourt e A. Rondé.
A seção terminou às 12:30, presidida pelo Prof. Adriano Pondé e secretariada pelo Prof. R. Menezes Oliveira.
A 3ª seção foi realizada no mesmo dia e local, às 14:45. Foi proposto e aprovado anexar à ata a introdução da conferência do Dr. Emanuel Dias, que se segue “Snr. Presidente, meus senhores. É um fato altamente auspicioso, o de ter sido aqui promovida a 3ª Reunião da Soc. Brás. de Card., tendo como um dos temas oficiais a d. de Chagas. De início, desejo congratular-me com os dirigentes e membros da Sociedade, que em boa hora tomaram esta decisão de tanto alcance, que mostra ter o assunto, de tamanha relevância e interesse entre nós, tomada afinal o lugar que há muito merecia. Marcará este auspicioso fato, bem nitidamente, o advento de um novo período no estudo da tripanossomíase americano, no qual ela passará definitivamente do terreno puramente científico e especula tório no qual vinha longos anos limitada, para o terreno clínico e prático ou mais especificamente, cardiológico. Em verdade, é de admirar-se que assim já não tenha acontecido, descoberta e bem estudada a doença, como o foi há quasi 40 anos. Lesando de modo especial o coração, como sabemos desde os notáveis trabalhos de Gaspar Viana em 1912, alertados, como fomos muitas vezes pela voz possante de Carlos Chagas secundado por Eurico Vilela, Evandro Chagas e outros sobre o perigo desta grande endemia, causa freqüentíssima de cardiopatas, é realmente de surpreender que a verdadeira significação deste problema apenas esteja começando a ser compreendida e avaliada. Trabalhos feitos em vários pontos do paíz, que ireis aqui apreciar, demonstrarão a grande importância do assunto, mas o futuro, certamente próximo, outras provas trará, que hão de horrorizar-nos pela insuspeitada incidência deste grave fator de letalidade no nosso interior.
Tema de importância verdadeiramente continental a d. de Chagas, além disso, tem para nós excepcional significação pelo conteúdo histórico que encerra e do qual com justo orgulho nos ufanamos. É obra ciclópica de um brasileiro genial, filho de Minas Geraes, que a isolou como entidade mórbida definida no emaranhado das nossas endemias tropicaes, deixando-a magistralmente traçada em todos os seus aspectos fundamentais, desde a sua etiologia à sua profilaxia.
Nunca poderemos exaltar em demasia o feito magnífico do grande mestre, Carlos Chagas, que legou à ciência esta obra prima da medicina pátria, deixando-nos um patrimônio, da mais alta valia, em cujo zelo jamais nós poderemos exceder.”
Em seguida foram apresentados os seguintes trabalhos:
1) Critérios para o diagnóstico eletrocardiográfico da d. Chagas pelo Dr. F. Laranja;
2) D. de Chagas na Bahia, pelo professor A. Pondé;
3) Problema médico-social da d. de Chagas, pelo Dr. Rubens Tabacoff;
4) Mutabilidade eletrocardiográfica na d. Chagas pelo Dr. A. Brasil;
5) Extrasistoles na d. Chagas pelos Drs. F. Laranja e E. Dias;
6) Etiologia dos bloqueios de ramo com especial referência à d. Chagas, por B. Magalhães e Caio Dias;
7) Contribuição ao estudo da d. Chagas na 2ª região Militar por R. Farias, G. Rosenfeld e F. Vasconcelos.
A seguir houve uma discussão geral sobre a d. de Chagas tendo falado os Drs. B. Magalhães, H. K. Mello, A. Brasil, R. Chiaverini, L. Décóurt, R. Menezes Oliveira, D. Pazzanese, B. Tranchesi, A. Mascarenhas, tendo sido encerrada a seção às 18:30, presidida pelo Prof. A. Rondé e secretariada por R. Menezes Oliveira.
A 4ª seção foi realizada no mesmo local e data, às 20:45, tendo sido apresentados os seguintes trabalhos:
1) S. Wolf-Parkinson-White e A. Pondé e Alberto Pondé. Comentado por B. Magalhães, D. Pazzanese, F. Laranja, R. Menezes Oliveira;
2) Dissociação isorítmica c. falhas ventriculares por Herval Bittencourt, comentado por D. Pazzanese;
3) Eletrocardiograma precordial de creanças normais por A. Mascarenhas, J. Fernandes O. Riëdef, comentada por D. Pazzanese, H. K. Mello, L. Décourt e R. Menezes.
4) Bigeminismo não digitálico por R. Menezes Oliveira, comentado por B. Tranchesi, R. Chiaverini, L. Décourt e A. Mascarenhas.
5) Alterações eletrocardiográficas com particular referência das derivações unipolares, no pneumotórax terapêutico, por J. Ramos, S. Borges e F. Sjornes
6) Radioterapia hipofisária na hipertensão arterial comentada por R. Menezes Oliveira e R. chiaverini.
A seguir foi encerrada a seção às 23:30 que foi presidida pelo Prof. Otávio Magalhães e secretariada por B. Menezes Oliveira.
A 5ª seção realizou-se no mesmo local, às 9h do dia 27 de Julho, tendo sido apresentado os seguintes trabalhos:
1) Horácio K. Melo e José M. Freitas – Nefropatia unilateral associada a hipertensão arterial. Comentado por L. Décourt , L. Bogliolo, Americano Freire, R. Marcondes, R. Menezes Oliveira e D. Pazzanese.
2) Luigi Bogliolo – Contribuição ulterior ao conhecimento da glomerulosclerose intercapilar de Kimmestiel e Wilson. Comentado por R. Menezes Oliveira, L. Decóurt e R. Marcondes.
3) José Freitas Filho – Raríssima malformação do seio coronário. Comentado por Horácio Melo, L. Bogliolo e R. Chiaverini
4) J.P. Pinto Moura – Dor precordial
5) J. Reinaldo Marcondes, O. Ratto, S. Bailove, R. Margutti e O. Helmeister – Causas desencadeantes e modalidades de início de insuficiência cardíaca congestiva. Comentado por R. Chiaverini, Caio Dias, B. Magalhães, L. Decóurt e R. Menezes.
6) J. Ramos, W.J Ferraz, S. Borges. Evolução do reumatismo cardíaco ativo e cardite reumática. Comentado por R. Chiavereini, R. Menezes Oliveira e A. Pondé.
7) L Décourt – Método triaxial de Aldrighi. Comentado por ª Mascarenhas, Horacio Melo e R. Menezes Oliveira.
A seção foi presidida pelo Dr. D. Pazzanese e secretariado por R. Menezes Oliveira.
A 6ª seção foi realizada no mesmo local e data, às 20:45, sendo apresentados os seguintes trabalhos:
1) A. Mascarenhas e J. Fernandes – Frequencia dos vários tipos de bloqueio de ramo. Comentado por Caio Dias, D. Pazzanese, L. Décourt, B. Magalhães, A. Pondé e R. Menezes.
2) D. Pazzanese – A derivação abdominal de Goldberger. Comentado por L. Décourt, H. Mello e A. Mascarenhas.
3) Quintiliano Mesquita e A. Alvite – Hipertrofia ventricular esquerda com QRS de 0,07. Comentado porR. Menezes.
4) J. Ramos, Horacio Melo e S. Borges – Valor relativo dos 3 tipos de derivações do eletro (clássicas, precordiais e unipolares) comparado com o ex. clínico e radiológico. Comentado por R. Menezes, A. Mascarenhas, B. Tranchesi, B. Magalhães e D. Pazzanese.
5) Horacio K Mello – Modificação do eixo elétrico a partir das unipolares das extremidades. Comentado por R. Faria, A. Mascarenhas e L. Décourt.
6) Luiz R. Queiroz – Carbofeína injetável nas vasculopatias arteriais periféricas – Comentado por R. Faria.
7) José Landulfo e Italo Le Vocci – Impressões sobre a assistência médico social ao cardíaco. Comentado por R. Menezes e D. Pazzanese
8) R. Chiaverini e Carmen Rey – Ensaio sobre as influências meteorológicas sobre a morte dos cardíacos
9) R. Chiaverini e C. Rey – Variações mensaes e horários dessas influências sobre a mortalidade cardíaca. Comentado por R. Marcondes, A. Brasil e L. Decóurt.
Presidência do Dr. Dante Pazzanese, secretariado por R. Menezes.
A 7ª seção foi realizada no mesmo local às 8H15 do dia 29 de Julho com os seguintes trabalhos:
1) Arnaldo Marques – Desaparição eventual do sopro pulmonar da tetralogia de Fallot. Comentado por R. Menezes e D. Pazzanese
2) J. Ramos, I. Le Vocci, O. Ratto, S. Lindenberg e S. Borges – Frequencia etiológica das cardiopatias em S. Paulo. Comentado por B. Magalhães, A. Pondé, R. Chiaverini, L. Decóurt, R. Menezes e D. Pazzanese
3) Silvio Bertachi – Eletro nas úlceras e colecistites. Comentado por B. Magalhães, R. Menezes, L. Decóurt, R. Chiaverini e A. Mascarenhas.
4) J. Ramos, H. Melo, F. Sporques – Ritmos tóxicos digitálicos. Comentado por R. Chiaverini, L. Decóurt, A. Pondé e R. Menezes
5) D. Pazzenese – Aspecto rádioguimográfico das lesões cardio-vasculares. Comentado por R. Menezes e L. Decóurt
6) Hilton Rocha, A. Bonglioli – Fundo de olho na hipertensão. Comentado por R. Menezes, R. Chiaverini, R. Marcondes, A. Pondé e D. Pazzanese
A seção foi presida por A. Pondé e secretariada por R. Menezes.
A 8ª seção foi realizada no mesmo local e data às 14h30 com os seguintes trabalhos:
1) A. Bello Campos – Acidentes de transito e cardiopatias. Comentado por A. Pondé.
2) B. Magalhães – Ação do tártaro emético no eletrocardiograma isolado do cão. Comentado por Caio Dias, D. Pazzanese, A. Brasil, R. Menezes, R. Marcondes e A. Pondé.
3) Caio Dias – Reações tóxicas aos antimoniais.
4) R. Menezes Oliveira – Angiocardiografia .
5) Horácio K. Mello – Angiocardiografia. Comentário de ambos por D. Pazzanese, O. Pazzanese, R. Chiaverini e F. Camargo.
6) B. Tranchesi e L. Décourt – Ação do esforço na fase aguda do infarto do miocárdio. Comentado por R. Menezes, L. Décourt, H. Mello, A. Mascarenhas e D. Pazzanese
7) D. Pazzanese – Sinal radioquimográfico de derrame pericárdico. Comentado por R. Menezes, D. Tranchesi e A. Pondé.
8) Joaquim Osório – Sinais de atividade reumática. Comentado por A. Mascarenhas, A. Chaves, R. Menezes, R. Chiaverini e B. Tranchesi
9) Aldo Chaves – Movimento de assistência social ao cardíaco no Rio Grande do Sul. Comentado por B. Magalhães e L. Décourt
A seção foi presidida por D. Pazzanese e secretariada por R. Menezes.
A 9ª seção, de encerramento, foi realizada no mesmo local e data às 21h, tendo tratado de assuntos administrativos da Sociedade e eleição da nova diretoria.
Foram feitas várias propostas:
1ª) Proposta do Dr. D. Pazzanese para nomear representantes da Sociedade em várias cidades. Aprovada por unanimidade. São os seguintes representantes: Recife – Dr. Ovídio Montenegro. Bahia – Dr. Adriano Pondé. Rio – Drs. Magalhães Gomes, R. Menezes Oliveira e L. Murgel. B. Horizonte – Drs. Otávio Magalhães, B. Magalhães e C. Dias. São Paulo – Drs. R. Chiaverini e J. Ramos. Curitiba – Dr. A. F. Yuzzo. Rio Grande – Dr. Aldo Chaves.
2ª) proposta do Dr. Pazzanese para fixar as datas de reuniões na 1ª quinzena de Julho. Aprovado pela maioria.
3ª) Proposta do Dr. D. Pazzanese e L. Décourt para um comité de redação pra a revista da Sociedade, os Arquivos Brasileiros de Cardiologia que sairia quando houvesse matéria, com preferência para os artigos apresentados à Sociedade. Aprovada. O comité de redação será o seguinte: Diretor dos Arquivos – Prof. Jairo Ramos. Redatores auxiliares: Drs. L. Décourt, Reinaldo Marcondes e Mendonça Barros. Conselho de redação: Drs. Dante Pazzanese, R. Chiaverini, S. Bertacchi, José Ramos, R. Menezes Oliveira, Genival Londres, A. Benchimol, Caio Dias, Bernardo Magalhães, Aldo Chaves e Adriano Pondé.
Um terço deste conselho será renovado cada ano, por sorteio, devendo o 1º nº dos Arquivos sair o mais breve possível.
4ª) Proposta pelo Prof. Adriano Pondé da Delegação da Sociedade de Cardiologia ao Congresso Interamericano de Cardiologia no México. Foi aprovada tendo a delegação a seguinte composição: Presidência do Prof. Jairo Ramos, Drs. Horácio Mello, F. Laranja, Emanuel Dias, R. Marcondes, L. Décourt, A. Benchimol e R. Menezes. A delegação ficará encarregada de pleitear a realização do próximo congresso no Brasil e obteria os Anais do Instituto de Cardiologia e apresentaria um relatório a Sociedade.
5ª) Proposta do Prof. L. Décourt de que os títulos dos trabalhos para inscrição às reuniões da Sociedade sejam enviados, sem exepção, ao secretário, até 30 dias antes do início das reuniões, em até 31 de Maio. Foi aprovada por maioria.
6ª) Proposta do Dr. A. Pondé – os temas recomendados, sem relator, serão cardiopatia hipertensiva e reumastimal. Foi aprovado por unanimidade.
7ª) Proposta do Prof. A. Pondé, para que a próxima reunião seja em S. Salvador da Bahia. Aprovada por unanimidade.
8ª) Proposta de sócios honorários pelo Dr. R. Menezes. Foram propostos e aprovados os seguintes sócios honorários extrangeiros: Drs. Frank Wilson, Paul White, Samuel Levine, Arthur Fishberg, Robert Levy, Harold Pardee, Carl Wiggers, Arlie Barnes, David Scherf, Tinsley Harrisson, Richard Ashman, Robert Bayley, Hugo Dressler, Aldo Luisada, George Hermann, Willian Stroud, Harry Goldblatt, Harry Ungerleider, William Dressler, Bernardo Houssay, E. Braun Menendez, Antônio Battro, Tiburcio Padilla, Pedro Cossio, John Parkinson, Willian Evans, D.E. Bedford, Crighton Bramnel, Ignacio Chavez, D. Sodi Pallares, Eduardo Coelho, Yvan Mahaim, Gustav Nylin, W.H. Craib, Charles Landry, Camile Lian, L. Gallavardin e Velasco Lombardini.
Por maioria foi proposta e aprovada uma comissão, composta da diretoria, para apresentar, na próxima reunião, nomes para sócios honorários nacionaes.
9ª) Proposta do Dr. Reinaldo Chiaverini para enviar uma menção à Assembléia Constituinte lembrando a importância do problema da d. de Chagas e ao Instituto Osvaldo Cruz, sobre o mesmo tema, congratulando-o pelo trabalho realizado. Aprovado unanimemente.
10ª) Proposta do Dr. Horacio Melo de enviar uma moção a Soc. Méd. Cirurg. De S. Paulo felicitando-a pelo combate as drogas e remédios falsificado. Aprovada unanimemente.
Em seguida passou-se a eleição da nova diretoria. Foi eleita a seguinte diretoria, por unanimidade e aclamação, de Julho de 1946 a Julho de 1947.
Presidente: Prof. Edgard Magalhães Gomes
Vice-Presidente: Prof. Octávio Magalhães
Secretário Geral: Prof. Roberto Menezes Oliveira
2º Secretário: Prof. Reinaldo Chiaverini
Tesoureiro: Dr. Luiz Murgel
Diretor dos Arquivos: Prof. Jairo Ramos
A seguir o Prof. Adriando Pondé declara empossada a nova diretoria e agradece a colaboração que contou de todos os sócios e augura um brilhante futuro à Sociedade.
Para terminar o Dr. Acyr Belo Campos propõe um voto de congratulações ao ex-presidente, Prof. Adriano Pondé, pela maneira brilhante com que regeu a Sociedade no ano de 1945 a 1946, o que foi aprovado por unanimidade.
A seguir foi encerrada a seção às 23:30 horas do dia 29 de Julho de 1946.
Roberto Menezes de Oliveira, 2º secretário.
ANÚNCIOS ANTIGOS
Ao longo da sua história, vários anunciantes divulgaram seus produtos nas páginas dos Arquivos, o que não deixa de fazer parte da sua história. Antes de Janeiro de 1962 a revista não recebia propaganda médica. Foi apenas após Fevereiro de 1962 que iniciou-se a propaganda regular, que hoje é uma das fontes de financiamento da revista. Selecionamos aqui alguns desses anúncios, seja pela sua curiosidade peculiar, seja pelo valor histórico de marcar a entrada de uma nova medicação no mercado.