Arq. Bras. Cardiol. 2019; 112(6): 720

A Busca por Novos Marcadores Prognósticos para Doença Coronariana

Filipe Welson Leal Pereira ORCID logo , Sergio Alberto Rupp de Paiva ORCID logo

DOI: 10.5935/abc.20190098

Este Minieditorial é referido pelo Artigo de Pesquisa "Significado Clínico do Volume Plaquetário e Outros Parâmetros Plaquetários no Infarto Agudo do Miocárdio e Doença Arterial Coronariana Estável".

Há evidências crescentes de que as plaquetas apresentam papel fundamental no processo de aterotrombose vascular, associadas ao endotélio e à inflamação. A ativação plaquetária leva a alterações na expressão de glicoproteínas de superfície dessas células, com posterior agregação e degranulação, processos que contribuem de modo essencial para a formação do trombo. Corroborando esses fatos, destaca-se o papel exercido pelos antiplaquetários no tratamento da doença vascular aterosclerótica. Dentro desse contexto, situa-se o artigo de Ding et al., que objetiva mostrar a associação entre parâmetros hematológicos, com destaque para indicadores leucocitários e plaquetários, e doença arterial coronariana estável (DACE). Os autores avaliaram a contagem de plaquetas, a massa total de plaquetas, o volume plaquetário médio (VPM), a amplitude de distribuição de plaquetas e a contagem de glóbulos brancos e neutrófilos de 34 pacientes diagnosticados com DACE e fizeram comparação entre dois grupos: 50 pacientes saudáveis (controle) e 31 pacientes com infarto agudo do miocárdio (IAM). Os critérios diagnósticos utilizados para DACE foram os estabelecidos pela diretriz da Sociedade Europeia de Cardiologia de 2013. Os autores destacaram principalmente a associação entre maiores valores de VPM e presença de DACE em comparação com o grupo controle.

Alguns estudos anteriores já haviam traçado a relação entre VPM e a presença de fatores de risco cardiovasculares ou infarto agudo do miocárdio., Os achados não são sempre concordantes. Em revisão sistemática de 2010 com avaliação de 16 estudos transversais, 14 apresentaram resultados de associação positiva entre maiores valores de VPM em pacientes com IAM em comparação com grupos sem IAM A associação entre alto valor de volume plaquetário e a doença arterial coronariana (DAC) também foi mostrada em outra metanálise sobre o tema em 2014. Nessa última revisão sistemática, os autores observaram que pacientes com valores de VPM maiores que 7,3 tinham maior chance de apresentar DAC do que aqueles com menores valores. Por outro lado, Wada et al., encontraram uma associação entre menores valores de VPM e a presença de DAC estável.

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