Arq. Bras. Cardiol. 2018; 111(5): 729-730

Agressão Cardiovascular por Doxorrubicina: A Busca de Mecanismos

Wolney de Andrade Martins

DOI: 10.5935/abc.20180214

Este Minieditorial é referido pelo Artigo de Pesquisa "Uso da Rigidez Arterial para Monitoramento Precoce de Eventos Adversos Cardiovasculares por Antracíclicos em Pacientes com Câncer de Mama. Um Estudo Piloto".

A cardio-oncologia é um tema emergente em eventos e periódicos de cardiologia. O aumento da incidência de câncer (CA) e das taxas de sobrevivência, o acesso facilitado a cuidados médicos e a multiplicidade de regimes de quimioterapia contribuem para o crescimento do diagnóstico de complicações cardiovasculares em pacientes com CA. O aumento da prevalência e mortalidade por CA, bem como suas complicações cardiovasculares, são o preço que as nações pagam pelo envelhecimento de suas populações em um ambiente oncogênico. Portanto, estamos diante de um problema epidemiológico e de grandes desafios clínicos.

A descoberta, na década de 1960 na costa do Mar Adriático, de um pigmento vermelho produzido por um fungo com grande poder citotóxico alterou paradigmas e introduziu o conceito de cura na cancerologia clínica. Os relatos de toxicidade apresentados anteriormente acerca de outros agentes quimioterápicos também se confirmaram com relação à nova classe de antraciclinas. A novidade era a real possibilidade de cura. Na avaliação risco-benefício, os efeitos adversos foram negligenciados em nome da decisão de utilizá-las. O alerta sobre a cardiotoxicidade da doxorrubicina (DOXO) veio com a descrição da clássica curva de von Hoff, onde o risco de incidência de insuficiência cardíaca em doses cumulativas acima de 500 mg/m foi demonstrado.

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Agressão Cardiovascular por Doxorrubicina: A Busca de Mecanismos

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