Arq. Bras. Cardiol. 2021; 116(5): 877-878

Análise das Estratégias de Revascularização em Doentes com Infarte Agudo do Miocárdio em Choque Cardiogênico – Resultados do Registro Português de Síndromes Coronárias Agudas

Gabriel Porto Soares ORCID logo

DOI: 10.36660/abc.20210127

Este Minieditorial é referido pelo Artigo de Pesquisa "Estratégias de Revascularização em Doentes com Infarto Agudo do Miocárdio em Choque Cardiogênico – Resultados do Registo Português de Síndromes Coronárias Agudas".

O Registro Português de Síndromes Coronárias Agudas foi elaborado em 2002 pela Sociedade Portuguesa de Cardiologia a partir da constatação da necessidade de um conhecimento mais amplo sobre a abordagem nacional das síndromes coronárias agudas (SCA) e levou à fundação do Centro Nacional para Coleção de Dados em Cardiologia (CNCDC) para centralizar toda a informação e apoiar a sua análise, o que culminou com a criação dos seus primeiros registros: o Registo Nacional de Síndromes Coronárias Agudas (RNSCA), simultaneamente com o Registo Nacional de Cardiologia de Intervenção. O RNSCA é um registo observacional prospetivo e contínuo. Foram convidados a participar voluntariamente todos os serviços e departamentos de Cardiologia dos hospitais portugueses. A inclusão de doentes teve início em 1 de janeiro de 2002 e mantém-se sem interrupções até o presente momento. Brevemente, foi solicitado a cada centro que incluísse de forma consecutiva doentes internados com o diagnóstico de SCA (inclusive infarto agudo do miocárdio com elevação de ST, sem elevação de ST e angina instável), com base na clínica, no eletrocardiograma e nos biomarcadores de necrose miocárdica. Os dados recolhidos incluem dados demográficos, características basais, evolução laboratorial, evolução clínica, terapêutica efetuada, dados da intervenção percutânea, dados da alta e do seguimento aos seis meses (na primeira fase do registo) ou ao primeiro ano (na segunda fase do registo). Inicialmente, os dados eram preenchidos em papel, posteriormente transferidos para uma base eletrônica e desde 2004 são submetidos diretamente por via eletrônica. Em consulta ao site do RNSCA em fevereiro de 2021, este contava com 63.029 registros.,

Uma pergunta está presente na abordagem da revascularização da síndrome coronariana aguda que evolui com choque cardiogênico: devemos abordar apenas o vaso culpado ou todas as lesões coronarianas significativas? O estudo das estratégias de revascularização em doentes com infarte agudo do miocárdio em choque cardiogênico, proveniente dos resultados do Registro Português de Síndromes Coronárias Agudas, traz esclarecimentos e ajuda na tomada de decisão. Atualmente, as recomendações da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista são as seguintes: “A estratégia invasiva buscando a revascularização miocárdica do vaso culpado e, potencialmente, de vasos não culpados com doença coronária significativa, é recomendada nos casos de IAMCSST evoluindo com falência cardíaca e choque cardiogênico irrespectivamente do tempo de apresentação.”

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Análise das Estratégias de Revascularização em Doentes com Infarte Agudo do Miocárdio em Choque Cardiogênico – Resultados do Registro Português de Síndromes Coronárias Agudas

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