Arq. Bras. Cardiol. 2022; 119(5): 776-777
Aplicação do Mapeamento Eletrocardiográfico de Superfície por Meio de Exercício em Pequenos Animais
Este Minieditorial é referido pelo Artigo de Pesquisa "Mapeamento Potencial de Superfície Corporal durante a Despolarização Ventricular em Ratos Após Exercício Exaustivo Agudo".
Há mais de 100 anos, mapas registrando os potenciais elétricos do coração tentam representar a distribuição, na superfície do tórax, desses eventos elétricos internos. Os registros, em seu início com Waller, tentaram definir um vetor resultante de uma fonte bipolar, o “vetor do coração”, presumindo essa distribuição de potenciais como se um bipolo elétrico fosse colocado dentro do tórax e aplicado à superfície corporal, com um terceiro eletrodo adicionando o componente sagital do vetor. Os três seriam suficientes para fornecer toda a informação do eletrocardiograma (ECG) a ser extraída das medições da superfície corporal. Somente nas décadas de 30 e 40 procurou-se aumentar o número de eletrodos no tórax para detectar eventos ocorrendo em regiões cardíacas próximas às derivações precordiais. Após 1950, finalmente, estudos demonstraram que a complexidade das informações elétricas geradas no interior do coração era muito maior que as geradas por um bipolo único, com múltiplas frentes de ondas nos ventrículos criando correntes que fluem para fora e para dentro do coração em locais diversos; a distribuição dos potenciais exibiria, portanto, máximas e mínimas variando no tempo, localizadas geralmente em áreas não exploradas pelo eletrocardiograma convencional.
Novos métodos complementando o ECG e o vetorcardiograma (VCG) adicionaram mais eletrodos (dorso e precordial direito), e a partir de Wilson, o ECG de 12 derivações passou a contar com três eletrodos bipolares e três unipolares modificados no plano frontal, além de seis unipolares no tórax anterior (precordiais). Esses são suficientes para registrar a maior parte das informações sobre os eventos elétricos no coração. Porém, a expressão global da atividade elétrica miocárdica não pode ser captada sem que haja um número maior de derivações registradas simultaneamente.
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