Arq. Bras. Cardiol. 2020; 115(6): 1061-1062
Ausência de Aerosclerose na Doença de Chagas: O Papel da Transialidase do Trypanosoma Cruzi
Este Minieditorial é referido pelo Artigo de Pesquisa "Menor Prevalência e Extensão da Aterosclerose Coronária na Doença de Chagas Crônica por Angiotomografia Coronária".
O artigo Menor Prevalência e Extensão da Aterosclerose Coronária na Doença de Chagas Crônica por Angiotomografia Cornária revela um dado muito importante: a população chagásica tem muito menos aterosclerose em comparação com uma população não chagásica cuidadosamente pareada. Analisando-se prospectivamente 43 pacientes, 93% dos pacientes chagásicos apresentavam ausência de placas de DAC, 7% de obstrução leve a moderada e nenhum caso de obstrução grave. O estudo endossa nossos dados patológicos anteriores em poucos corações autopsiados, confirmando que pacientes chagásicos não têm aterosclerose. Por que eles não apresentam aterosclerose?
A principal enzima produzida pelo Trypanosoma cruzi (T. cruzi) é a transialidase, que remove o ácido sálico do tecido para a circulação. A microbiota tem sido associada ao desenvolvimento da aterosclerose. O micoplasma é conhecido por se proliferar em meios ricos em colesterol e, em nosso estudo anterior, observamos grande quantidade de micoplasmas em placas de ateroma. Muitos agentes infecciosos como o micoplasma e vírus como o SARS CoV-2 usam o ácido sálico para entrar na célula hospedeira. A transialidase do T. cruzi pode remover os micoplasmas das placas de ateroma, evitando o desenvolvimento do ateroma. Criamos um nutricosmético associando a enzima transialidase a nanopartículas antioxidantes naturais e diminuição da aterosclerose experimental em coelhos. ,
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