Arq. Bras. Cardiol. 2021; 117(3): 455-456

Avaliação Ativa de Sono e Depressão em Pacientes Idosos no Cenário da Cardiologia Ambulatorial: O Que Estamos Esperando?

Ana Vitória Vitoreti Martins ORCID logo , Luciano F. Drager ORCID logo

DOI: 10.36660/abc.20210624

Este Minieditorial é referido pelo Artigo de Pesquisa "Risco de Morte em Idosos com Sonolência Excessiva Diurna, Insônia e Depressão: Estudo de Coorte Prospectiva em População Urbana no Nordeste Brasileiro".

O interesse nas relações entre distúrbios do sono, depressão e doença cardiovascular tem aumentado nas últimas décadas. A maioria das evidências disponíveis sugere que vários distúrbios do sono (incluindo privação de sono, insônia, e apneia obstrutiva do sono) não são somente meros espectadores, mas podem contribuir no aumento do risco cardiovascular. A prevalência e o impacto dos distúrbios do sono podem variar dependendo de algumas características clínicas (por exemplo: idade, sexo e comorbidades). Idade avançada é claramente um fator de risco para o desenvolvimento de distúrbios do sono; evidências consistentes mostraram um maior número de queixas associadas ao sono com o avançar da idade, incluindo insônia e apneia obstrutiva do sono., A redução no número de horas de sono e uma má qualidade do sono podem prejudicar vários domínios relacionados à qualidade de vida nos idosos. Ainda, a depressão está associada com várias consequências cognitivas e cardiovasculares. Com base na plausibilidade biológica que relaciona distúrbios do sono e depressão com risco cardiovascular,, e a elevada prevalência de doenças cardiovasculares em idosos, é razoável afirmar que os distúrbios do sono contribuem para o alto risco cardiovascular observado nesse subgrupo de pacientes.

Nesta edição dos Arquivos de Brasileiro de Cardiologia, Lopes et al. apresentam um estudo prospectivo do tipo coorte com 160 pacientes idosos (entre 60 e 98 anos de idade) com o objetivo de estimar o risco de morte e de eventos cardiovasculares após oito anos de acompanhamento (de 2009 a 2017) naqueles que apresentaram insônia e sonolência excessiva durante o dia no basal. Sonolência excessiva durante o dia, qualidade do sono, e presença de sintomas depressivos foram avaliados por Escala de Sono de Epworth, Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh, e Escala de Depressão Geriátrica respectivamente.

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Avaliação Ativa de Sono e Depressão em Pacientes Idosos no Cenário da Cardiologia Ambulatorial: O Que Estamos Esperando?

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