Arq. Bras. Cardiol. 2021; 116(4): 754-755

Avanço do Transplante Cardíaco no Brasil: É Hora de se Construir um Banco de Dados Nacional?

Mônica Samuel Avila ORCID logo , Deborah de Sá Pereira Belfort ORCID logo

DOI: 10.36660/abc.20210104

Este Minieditorial é referido pelo Artigo de Pesquisa "Dezesseis Anos de Transplante Cardíaco em Coorte Aberta no Brasil: Análise de Sobrevivência de Pacientes em Uso de Imunossupressores".

O transplante cardíaco (TC) é o tratamento de escolha para insuficiência cardíaca grave. A sobrevida melhorou substancialmente desde o primeiro transplante há 50 anos, principalmente após a introdução de inibidores de calcineurina e melhor manejo das complicações relacionadas à imunossupressão. Na América Latina, o Brasil é reconhecido pelo elevado número de TCs realizados anualmente. Apesar de sua importância, existem poucos estudos sobre sobrevida, imunossupressão e complicações do TC no Brasil.

Um estudo retrospectivo de coorte aberta conduzido no Brasil é apresentado nesta edição dos Arquivos Brasileiros de Cardiologia. O artigo mostra dados importantes sobre a epidemiologia, sobrevida e complicações em receptores de TC entre os anos de 2000 e 2015. A sobrevida mediana nessa coorte foi de 8,3 anos, e a taxa de sobrevida de um ano e de cinco anos foi de 70,9% e 59,5%, respectivamente. Esses resultados são melhores aos comparados aos dados do período entre 1984 e 1999 no Brasil, quando as taxas de sobrevida de um ano e de seis anos eram de 66% e de 54%, respectivamente, sugerindo melhora no cuidado pós-transplante. No entanto, essa sobrevida é inferior aos 12,2 anos de sobrevida e às taxas de sobrevida de um ano (81%) e de 5 anos (69%) relatadas pela Sociedade Internacional de Transplante de Coração e Pulmão (ISHL, International Society of Heart and Lung), provavelmente devido a diferenças sociodemográficas e econômicas entre o Brasil e países desenvolvidos.

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