Arq. Bras. Cardiol. 2022; 119(4): 572-573

Bloqueio Atrioventricular de 1º Grau: Um Achado nem Sempre Benigno!

Tan Chen Wu ORCID logo

DOI: 10.36660/abc.20220643

Este Minieditorial é referido pelo Artigo de Pesquisa "Associação entre Bloqueio Atrioventricular e Mortalidade em Pacientes de Atenção Primária: O Estudo CODE".

O bloqueio atrioventricular (BAV) de 1º grau se caracteriza pela presença de ritmo sinusal, condução AV 1:1 e intervalo PR > 200ms. A prevalência varia de acordo com a faixa etária, sendo relativamente rara na população < 60 anos (1%), com aumento para 6% nos indivíduos > 60 anos. A prevalência descrita na população em geral varia de 2 a 14%. Na maioria dos casos (75%), é devido a um bloqueio proximal ou nodal que tende a melhorar a condução com redução do intervalo PR com manobras que levam ao aumento do tônus adrenérgico e/ou infusão de atropina.

Habitualmente considerado como o achado benigno, o prolongamento do intervalo PR ou BAV de 1º grau tem seu prognóstico questionado mais recentemente, por evidências de ser o fator independente no aumento do risco de fibrilação atrial (FA), de implante de marca-passo cardíaco e de mortalidade de todas as causas. Na coorte de Framingham, a presença de BAV 1º grau é considerada um fator de risco para o desenvolvimento de FA, fato confirmado em estudos subsequentes em outras bases populacionais com a demonstração da associação entre prolongamento do PR e a insuficiência cardíaca e/ou FA.

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Bloqueio Atrioventricular de 1º Grau: Um Achado nem Sempre Benigno!

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