Arq. Bras. Cardiol. 2023; 120(3): e20230091

Buscando Novos Parâmetros Não Invasivos para Prever a Fibrilação Atrial após Ablação por Cateter de Radiofrequência

Michael Ramon de Lima-Conceição, Jorge Lucas Teixeira-Fonseca, Danilo Roman-Campos ORCID logo

DOI: 10.36660/abc.20230091

Este Minieditorial é referido pelo Artigo de Pesquisa "O Volume do Apêndice Atrial Esquerdo Prediz a Recorrência de Fibrilação Atrial após Ablação por Cateter de Radiofrequência: Uma Metanálise".

O Framingham Heart Study mostrou que a incidência e a prevalência de fibrilação atrial (FA) estão aumentando globalmente, com a prevalência aumentando mais de três vezes de 1958 a 2007. Em 2017, havia 37,57 milhões de casos prevalentes e 3,05 milhões de casos incidentes de FA globalmente , contribuindo para 287.241 óbitos. Notório que a estimativa mostra que esses números podem aumentar ainda mais no futuro. A projeção mostra que somente nos EUA, 12,1 milhões de pessoas até 2050 poderão ter FA. De acordo com a Diretriz da Sociedade Europeia de Cardiologia de 2020, a FA é definida como uma taquiarritmia supraventricular com ativação elétrica atrial descoordenada e contração atrial ineficaz. As características eletrocardiográficas da FA incluem intervalos RR irregularmente irregulares (quando a condução atrioventricular não está prejudicada), ausência de ondas P repetidas distintas e 3 ativações atriais irregulares. O diagnóstico clínico em pacientes sintomáticos ou assintomáticos com FA é feito por eletrocardiograma (ECG) de superfície, com duração mínima de 30 segundos de um ECG contendo traçado típico de FA.

Embora exista uma definição clara do diagnóstico clínico de FA, distinguem-se pelo menos cinco padrões de FA, que se baseiam na apresentação, duração e término espontâneo dos episódios de FA., Muito provavelmente, a variedade de manifestações clínicas da FA está relacionada à etiologia da doença, que ainda não está totalmente elucidada. Existem vários preditores de desenvolvimento e progressão da FA, sendo os mais relevantes o índice de massa corporal, frequência cardíaca, idade, pressão arterial sistólica, história de hipertireoidismo, acidente vascular cerebral e insuficiência cardíaca. Devido à natureza complexa da FA, o manejo adequado do paciente é desafiador, o que implica, em uma situação ideal, um acordo coordenado e bem definido entre as vias de cuidado individualizadas do paciente para oferecer o tratamento mais adequado e otimizado. A abordagem de tratamento atual para pacientes com FA consiste na via holística A(trial fibrillation), B(etter), C(are), também conhecida como (ABC), que abrange: o ‘A’ Anticoagulação/Evitar AVC; ‘B’ Melhor manejo dos sintomas; e ‘C’ Otimização Cardiovascular e Comorbidade. É importante ressaltar que o tratamento também está sujeito a mudanças ao longo do tempo, principalmente pela descoberta de novos fatores de risco, progressão da doença, sintomas, ferramentas e métodos diagnósticos, preditores e desenvolvimento de novos tratamentos.

[…]

Buscando Novos Parâmetros Não Invasivos para Prever a Fibrilação Atrial após Ablação por Cateter de Radiofrequência

Comentários

Pular para o conteúdo