Arq. Bras. Cardiol. 2025; 122(7): e20250395

Cardiomiopatia Diabética: Desvendando Mecanismos Fisiopatológicos por Meio de RNAs não Codificantes

Elida Paula Benquique Ojopi ORCID logo , Éder Anderson Rodrigues, Gustavo Augusto Ferreira Mota ORCID logo , Marina Politi Okoshi, Luana Urbano Pagan ORCID logo

DOI: 10.36660/abc.20250395

Este Minieditorial é referido pelo Artigo de Pesquisa "A Orientina Alivia o Estresse Oxidativo e a Apoptose na Cardiomiopatia Diabética por Meio do Eixo Lncrna H19/Mir-103-3p/ALDH2/PI3K/AKT".

A cardiomiopatia diabética (CMD) é uma complicação grave do diabetes mellitus (DM) caracterizada por alterações que resultam em remodelamento cardíaco com disfunção ventricular e, eventualmente, insuficiência cardíaca, na ausência de outras condições como hipertensão arterial, valvopatias, doença arterial coronariana e cardiopatias congênitas. A CMD se desenvolve independentemente de outros fatores de risco cardiovasculares e está associada a alterações metabólicas, incluindo hiperglicemia e hiperlipidemia. Vários mecanismos contribuem para a patogênese da CMD, tais como sinalização insulínica cardíaca desregulada, disfunção mitocondrial, estresse oxidativo, inflamação e alterações no equilíbrio de cálcio. Apesar de sua crescente prevalência, os mecanismos pelos quais a CMD se desenvolve permanecem amplamente não elucidados, e um tratamento eficaz ainda é necessário.

RNAs não codificantes (ncRNAs) são produtos da transcrição que não são traduzidos em proteínas, apresentando uma ampla diversidade quanto à biogênese, tamanho, forma e função. Os ncRNAs mais extensivamente estudados são os microRNAs (miRNAs) e os RNAs longos não codificantes (lncRNAs). Atualmente, é amplamente aceito que ncRNAs com mais de 200 nucleotídeos de comprimento são classificados como lncRNAs. Os miRNAs pertencem a uma classe mais ampla de ncRNAs conhecida como “pequenos RNAs”, definidos por seu tamanho (20–28 nucleotídeos) e associação com proteínas da família Argonauta (Ago). Esses pequenos RNAs atuam como guias, direcionando as proteínas Ago para ácidos nucleicos-alvo, a fim de induzir o silenciamento gênico. miRNAs e lncRNAs regulam diversos processos envolvidos na CMD, incluindo estresse oxidativo, inflamação, apoptose e autofagia. Por isso, têm sido explorados como potenciais biomarcadores e alvos terapêuticos.,

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