Arq. Bras. Cardiol. 2022; 118(1): 59-60
CTRP-3 em Pacientes com Doença Arterial Coronariana Estável e Fibrilação Atrial Paroxística: Um Novo Biomarcador Potencial nas Doenças Cardiovasculares
Este Minieditorial é referido pelo Artigo de Pesquisa "Níveis Reduzidos de CTRP3 em Pacientes com Doença Arterial Coronariana Estável Relacionados à Presença de Fibrilação Atrial Paroxística".
A família de proteínas relacionadas ao fator de necrose tumoral C1q (CTRP), composta por 15 membros (CTRP1-CTRP15), é um parálogo recentemente descoberto e altamente conservado da adiponectina. Embora a família CTRP e a adiponectina apresentem similaridades estruturais, elas exercem efeito pleiotrópico sobre o metabolismo celular e apresentam diferentes padrões regulatórios.– A CTRP3, membro dessa família, é uma potente adipocina anti-inflamatória que inibe vias pró-inflamatórias em monócitos e microcélulas, exercendo um efeito anti-inflamatório, anti-apoptótico, e cardioprotetor durante o desenvolvimento da doença arterial coronariana (DAC).– Ainda, essa adiponectina tem propriedades cardioprotetoras, e uma associação inversa com parâmetros de resistência insulínica; seus níveis circulantes diminuem na obesidade e na hipertensão.
Um dos primeiros estudos a avaliar níveis circulantes de CTRP-3 e progranulina em pacientes com DAC foi conduzido na Coreia, com 362 adultos com síndrome coronária aguda (SCA) e angina estável, e indivíduos controle com vários fatores de risco cardiometabólicos. As concentrações de CTRP-3 encontravam-se significativamente reduzidos em pacientes com SCA ou angina estável em comparação aos controles. Análise de correlação, ajustada por idade e sexo, revelou que os níveis de CTRP-3 apresentaram uma relação negativa significativa com níveis de glicose e proteína C reativa, e uma relação positiva com níveis de HDL e adiponectina. Na análise de regressão logística multivariada, o odds ratio para DAC foi 5,14 no segundo tercil, e 9,04 no primeiro tercil dos níveis de CTRP-3 em comparação ao terceiro tercil, após ajuste para as variáveis de risco cardiometabólico. Tais resultados sugerem que CTRP-3 possa ser útil na avaliação de risco para DAC.
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