Arq. Bras. Cardiol. 2025; 122(4): e20250353

Desafios na Realização de Estudos de Evidências do Mundo Real em Países de Renda Média-Baixa: O Estudo EdoBRA

Ayrton Roberto Massaro ORCID logo

DOI: 10.36660/abc.20250353

Este Minieditorial é referido pelo Artigo de Pesquisa "Efetividade e Segurança da Edoxabana nos Cuidados Clínicos de Rotina de Pacientes com Fibrilação Atrial no Brasil: Estudo Prospectivo de Acompanhamento de 1 Ano – EdoBRA".

Em 1991, Wolf et al. no estudo de Framingham demonstraram que a fibrilação atrial (FA) constitui um fator de risco independente para acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico. Hart et al., em uma metanálise, confirmaram a eficácia da varfarina na redução do risco de AVC em 64% em pacientes com FA. Observou-se um ligeiro aumento na hemorragia extracraniana grave, o que não impactou a eficácia geral. Farmacocinética imprevisível, interações e necessidades de monitoramento do INR limitaram o uso da varfarina. Em países de baixa e média renda, como o Brasil, as disparidades socioeconômicas afetaram o uso da varfarina em pacientes com FA.

Os anticoagulantes orais diretos (ACODs) foram introduzidos para superar as barreiras associadas à varfarina. Todos os ACODs demonstraram forte prevenção de AVC em comparação com a varfarina. A edoxabana, no estudo ENGAGE AF-TIMI 48, não foi inferior à varfarina em segurança e foi superior na prevenção de AVC hemorrágico. Pacientes latino-americanos apresentaram taxas de hemorragia e mortalidade mais elevadas em comparação com outras regiões. Além disso, considerações sobre custo, monitoramento renal, ACODs em subpopulações com FA e agentes de reversão para hemorragia destacam a importância de adaptar a terapia com base nos riscos específicos do paciente.

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Desafios na Realização de Estudos de Evidências do Mundo Real em Países de Renda Média-Baixa: O Estudo EdoBRA

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