Arq. Bras. Cardiol. 2023; 120(2): e20220881

Escore SAGE e Velocidade da Onda de Pulso em Indivíduos sem Hipertensão Arterial

Alfredo José Mansur ORCID logo

DOI: 10.36660/abc.20220881

Este Minieditorial é referido pelo Artigo de Pesquisa "Escore SAGE em Normotensos e Pré-Hipertensos: Uma Prova de Conceito".

Uma das etapas do exame clínico cardiológico é o exame dos pulsos arteriais. Na inspeção, na palpação e na ausculta identificamos características semiológicas do pulso arterial – a simetria dos pulsos nos dimídios direito e esquerdo, o ritmo, a regularidade, a frequência, a rigidez das paredes arteriais (particularmente artérias carótidas), a pressão de pulso e a velocidade de ascensão da onda de pulso e a presença de frêmitos e sopros. Mais recentemente a tecnologia desenvolveu-se de modo a permitir a avaliação, o registro e a possibilidade de observações evolutivas da rigidez arterial, por meio do estudo pressão arterial periférica e central, pressão de pulso periférica e central, da velocidade da onda de pulso e do índice de amplificação ( augmentation index ). , O aumento da rigidez arterial se exprime por aumento da velocidade da onda de pulso e a interação entre a velocidade da onda de pulso a jusante e a onda refletida exprime-se no índice de amplificação. As alterações estruturais e funcionais da vasculatura poderiam explicar as alterações relacionadas à senescência e constituírem per se um fator de risco cardiovascular. Estudadas em amostras de portadores de hipertensão arterial, o estudo da rigidez arterial é também de interesse em indivíduos não hipertensos.

No estudo os pesquisadores avaliaram o quanto indicadores clínicos (idade e pressão arterial sistólica periférica) e metabólicos (glicemia, taxa estimada de filtração glomerular) reunidos em uma escore (SAGE) se relacionariam com variáveis medidas nas estimativas de rigidez arterial avaliadas por método não invasivo em 100 participantes normotensos (n= 80) ou pré-hipertensos (n=20) de uma amostra de 1594 pacientes; o diagnóstico de hipertensão arterial (n=1349) foi um critério de exclusão na análise. A pontuação máxima do escore empregado é 17. A pontuação mais frequente observada na amostra ficou entre 0 e 3 (64% da amostra). A mediana da velocidade da onda de pulso nessa amostra foi 7,3 m.seg-1. À medida que se aumentou o ponto de corte da velocidade da onda de pulso (percentis 50% – 7,3 m.seg-1 e 75% – 9,8 m.seg-1) elevou os valores preditivos positivos e negativos da identificação da rigidez arterial com base no aumento dos escores SAGE registrados na amostra de estudo. Nos participantes com velocidade da onda de pulso superior a 10 m.seg -1 o escore mais frequente foi 7. Os autores concluíram que o escore SAGE permitiria identificar participantes não hipertensos com maior frequência de rigidez arterial. Isto posto, estudos adicionais poderiam identificar o benefício de intervenções nessa população para prevenir hipertensão arterial ou outras afecções cardíacas ou vasculares, além de permitir estudos evolutivos, garantida a reprodutibilidade das medidas.

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Escore SAGE e Velocidade da Onda de Pulso em Indivíduos sem Hipertensão Arterial

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