Arq. Bras. Cardiol. 2023; 120(12): e20240015
Fatores de Risco para Infecção do Sítio Cirúrgico Pós Cirurgia Cardíaca Pediátrica
Este Minieditorial é referido pelo Artigo de Pesquisa "Fatores de Risco para Infecção da Ferida Operatória em Pacientes Submetidos à Cirurgia Cardíaca Pediátrica".
Infecções após cirurgia cardíaca pediátrica são eventos adversos importantes que podem aumentar a morbidade e a mortalidade nesses pacientes. A maioria dos trabalhos descrevem a incidência de infecção entre 0,5 e 8%, mas alguns estudos em países de renda baixa a média, citam taxas de até 48%.– Os principais microrganismos envolvidos são Staphylococcus aureus, estafilococos coagulase -negativa e ocasionalmente Gram negativos hospitalares. Em países de renda alta observa-se o predomínio do Gram positivos de pele, enquanto em países de renda baixa a média ocorre um aumento da frequência dos Gram negativos hospitalares.–
Há divergências entre os fatores de risco para infecção de cirurgia cardíaca pediátrica, pois são poucos os trabalhos contemplando essa população. Em relação ao pré-operatório ou condições inerentes ao paciente, temos como fatores de risco crianças mais jovens, principalmente com idade abaixo de 12 meses, a presença de imunodeficiências, períodos prolongados de internação pré-operatória e o uso prévio de antimicrobianos (ambos por alterarem a microbiota colonizadora) e a desnutrição. Em relação a pré e pós operatório, temos como fatores de risco a inadequação da antibioticoprofilaxia, quebras da técnica asséptica, tempo elevado de bypass cardiopulmonar(>105 minutos) e clampeamento da aorta (>85 minutos), sangramento excessivo nas primeiras 24h, transfusão sanguínea, reabordagem por sangramento, tórax aberto no pós operatório, ocorrência de infecções nosocomiais (pneumonia e infecções de corrente sanguínea principalmente) e a permanência de dispositivos invasivos como drenos e fios de marcapasso.–
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