Arq. Bras. Cardiol. 2019; 112(3): 290-291
Fibrose Miocárdica na Cardiomiopatia Hipertrófica: O que ainda Falta Provar?
DOI: 10.5935/abc.20190043
Este Minieditorial é referido pelo Artigo de Pesquisa "Papel da Fibrose Miocárdica na Cardiomiopatia Hipertrófica: Revisão Sistemática e Metanálise Atualizada de Marcadores de Risco para Morte Súbita".
A cardiomiopatia hipertrófica (CMH) é uma doença complexa e bastante estigmatizada por estar muito relacionada com desfechos negativos. Sua prevalência na população geral é de 1 caso a cada 500 pessoas, com alguns dados sugerindo prevalência ainda maior quando se utiliza critérios genéticos associadamente. Isso significa que, numa estimativa conservadora, cidades como Goiânia-GO ou Recife-PE apresentam algo acima de 3 mil pessoas com a doença, número que pode atingir mais de 25 mil pessoas em uma metrópole como São Paulo.
Apesar de a CMH ser percebida como uma doença rara e em geral muito grave, relacionada a episódios dramáticos de morte súbita (MS) em indivíduos jovens e atletas, trata-se de uma doença de baixa mortalidade. Devido a avanços no diagnóstico, tratamento e prevenção de MS, estimativas atuais apontam para uma mortalidade de 0,5% ao ano, similar à taxa da população geral, sendo que a grande maioria dos portadores da doença é assintomática ou minimamente sintomática. Neste cenário, é de fundamental importância a correta identificação de subgrupos de indivíduos com maior risco de evolução desfavorável e, portanto, com maior chance de benefício com estratégias terapêuticas específicas, como por exemplo, a utilização de cardiodesfibriladores implantáveis (CDI).
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