Arq. Bras. Cardiol. 2022; 118(3): 605-606
Há uma Função para o Telemonitoramento na Insuficiência Cardíaca?
Este Minieditorial é referido pelo Artigo de Pesquisa "Telemonitoramento da Insuficiência Cardíaca – A Experiência de um Centro".
A insuficiência cardíaca (IC) é a principal causa de hospitalização cardiovascular no mundo. Os índices de mortalidade variam de 5 a 15%, e até 50% dos pacientes são readmitidos na emergência no período de 90 dias após a alta. Várias estratégias foram implementadas nos últimos anos para evitar a readmissão hospitalar, e a telemedicina é um campo que está crescendo nesse cenário. O uso de tecnologias de telecomunicação traz vantagens possíveis em relação à assistência presencial, superando barreiras organizacionais e geográficas. Entretanto, resultados divergentes em ensaios randomizados avaliando a eficácia da telemedicina na redução de hospitalizações e mortalidade por insuficiência cardíaca desencorajaram o uso rotineiro de recursos digitais na prática clínica até a pandemia da COVID-19.
Nesta edição dos Arquivos Brasileiros de Cardiologia, um estudo observacional retrospectivo avaliou o impacto de um programa avançado de telemonitoramento em uma população portadora de insuficiência cardíaca. Foram incluídos trinta e nove pacientes, e os pesquisadores compararam o número de hospitalizações um ano antes do programa ao número de hospitalizações durante o programa. O programa usou sinais vitais e variáveis, tais como, frequência cardíaca, pressão arterial, variação de peso, oxigenação do sangue periférico, temperatura, e um eletrocardiograma inicial com 3 eletrodos. A análise final incluiu trinta e quatro pacientes. Os autores relataram uma redução de 66% nas admissões de emergência, e uma redução de 68% nas hospitalizações por insuficiência cardíaca, considerando os próprios pacientes como controle.
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