Arq. Bras. Cardiol. 2021; 117(5): 952-953

Indicadores Socioeconômicos e Mortalidade por Insuficiência Cardíaca: Parâmetros Indissociáveis?

Helder Jorge de Andrade Gomes ORCID logo , Carlos Eduardo Lucena Montenegro ORCID logo

DOI: 10.36660/abc.20210826

Este Minieditorial é referido pelo Artigo de Pesquisa "Mortalidade por Insuficiência Cardíaca e Desenvolvimento Socioeconômico no Brasil, 1980 a 2018".

As doenças cardiovasculares (DCV) continuam sendo a principal causa de morte, sendo responsável por aproximadamente um terço dos óbitos no mundo. Em junho de 2021, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reforçou sua preocupação com o impacto causado pelas DCV nos países de baixa ou média renda, onde ocorrem mais de três quartos de seus óbitos. Via final comum das cardiopatias, a insuficiência cardíaca (IC) se apresenta como pandemia global fora de controle, com prevalência em crescimento, como consequência de fatores como o envelhecimento da população, maior presença de fatores de risco cardiovasculares, como obesidade, sedentarismo ou diabetes mellitus, mesmo com avanços terapêuticos que reduzem a mortalidade.

A relação entre piores condições socioeconômicas e maior mortalidade por IC parece ter sido bem estabelecida nos últimos anos em diferentes populações, justificada em parte pelo pior acesso a métodos diagnósticos e tratamento farmacológico. Entretanto, esta relação é mais confusa em países de baixa e média renda, onde as variáveis clínicas, demográficas e socioeconômicas explicam pouco sobre a variabilidade entre as taxas de mortalidade em um ano por IC entre regiões da África, Índia, Sudeste Asiático, Oriente Médio, América do Sul e China, conforme observado no INTER-CHF Prospective Cohort Study.

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Indicadores Socioeconômicos e Mortalidade por Insuficiência Cardíaca: Parâmetros Indissociáveis?

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