Arq. Bras. Cardiol. 2023; 120(4): e20230213

Índice de Desenvolvimento Humano e Doenças Crônicas no Brasil entre 1980 e 2019

Alfredo José Mansur ORCID logo , Lucia Pereira Barroso

DOI: 10.36660/abc.20230213

Este Minieditorial é referido pelo Artigo de Pesquisa "Associação entre a Mortalidade por Doenças Crônicas Não Transmissíveis e o Índice de Desenvolvimento Humano no Brasil entre 1980 e 2019".

O índice de desenvolvimento humano sintetiza dimensões das sociedades humanas expressas em expectativa de vida, educação e o padrão de vida da população. A expectativa de vida seria uma expressão das condições de saúde da população. A educação seria expressa pelos anos de escolaridade. O padrão de vida seria expresso pela renda per capita. Admite-se também que o índice não abarca todas as dimensões relevantes da experiência da condição humana nas sociedades e contribui por aproximar-se de variáveis indicadoras. Ainda que muito útil, o índice de desenvolvimento humano é reconhecido como não abrangente – por exemplo, escapam ao índice as dimensões de desigualdade, pobreza, insegurança, empoderamento., Isto posto, é sempre oportuno para a comunidade médico-científica ter em mente as dimensões examinadas no índice de desenvolvimento humano e desenvolver estudos recorrentes e atualizações no decorrer do tempo, pois dinâmicas são as condições nas quais vivem sociedades humanas.

No estudo ora apresentado, os autores examinaram o índice de desenvolvimento humano no Brasil no decorrer de quatro décadas, com base nos dados disponibilizados pelo DATASUS com emprego de séries temporais com taxas de mortalidade (causa básica de óbito) por doenças crônicas não transmissíveis padronizadas por 100.000 habitantes divididos por quartis em cada unidade da Federação brasileira. No cômputo global houve redução das taxas de mortalidade padronizadas de mortalidade por 100.000 habitantes em todas as faixas etárias por doenças do aparelho circulatório. De modo interessante, a atualização trazida pelo estudo dos autores indica que a participação das doenças crônico-degenerativas, ainda que com redução no âmbito nacional geral, não se verificou de modo homogêneo em todas as unidades da Federação. Na Tabela 1 foram apresentados os índices de mortalidade que revelaram ter diminuído a participação dessas doenças em estados da região Sudeste, Sul e Centro-Oeste, diferentemente da participação que se verificou elevar-se em outras regiões do país.

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Índice de Desenvolvimento Humano e Doenças Crônicas no Brasil entre 1980 e 2019

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