Arq. Bras. Cardiol. 2024; 121(5): e20240119

Inflamação e No-Reflow: Podem Mudar o Jogo?

Ana Teresa Timóteo ORCID logo

DOI: 10.36660/abc.20240119

Este Minieditorial é referido pelo Artigo de Pesquisa "O Valor Preditivo do Índice Prognóstico Inflamatório para Detecção de No-Reflow em Pacientes com Infarto do Miocárdio com Supradesnivelamento do Segmento ST".

O no-reflow (NR) é uma possível complicação durante a intervenção coronária percutânea (ICP), particularmente no contexto do infarto do miocárdio com elevação do segmento ST (IAMCSST). É de natureza altamente dinâmica, desenvolve-se gradualmente (ao longo de horas) após a restauração do fluxo sanguíneo coronário e persiste durante dias a semanas, dependendo da gravidade, duração e extensão da isquemia miocárdica e da aplicação de medidas terapêuticas com o objetivo de prevenir ou aliviar a lesão de isquemia/reperfusão. O NR impacta negativamente nos benefícios proporcionados pela terapia de reperfusão e contribui para maus resultados clínicos.,

O principal mecanismo fisiopatológico do NR é a obstrução microvascular que se desenvolve como consequência de isquemia miocárdica, embolização distal e lesão relacionada à reperfusão. A frequência de NR após ICP primária difere amplamente dependendo da sensibilidade das ferramentas utilizadas para o diagnóstico e do momento do exame. A angiografia coronária é a mais conveniente, mas subestima a verdadeira frequência do NR. A ressonância magnética cardíaca (RMC) é o método mais sensível no ambiente clínico, fornecendo informações sobre a presença, localização e extensão da obstrução microvascular. Com a RMC, a obstrução microvascular é diagnosticada em até 95% dos pacientes com IAMCSST e fluxo TIMI restaurado grau 3, e em 57% dos pacientes com IAMCSST dentro de 7 dias após a ICP primária. Outras técnicas, como resolução do segmento ST e testes de fisiologia coronariana por cateter, são menos sensíveis ou tecnicamente exigentes.

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Inflamação e No-Reflow: Podem Mudar o Jogo?

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