Arq. Bras. Cardiol. 2019; 113(3): 391
Minieditorial: Hipertensão Arterial em Populações Especiais: Um Desafio Epidemiológico
DOI: 10.5935/abc.20190180
Este Minieditorial é referido pelo Artigo de Pesquisa "Prevalência da Hipertensão Arterial Sistêmica em Comunidades Quilombolas do Estado de Sergipe, Brasil".
A hipertensão arterial (HA) é a doença crônica mais prevalente em todo o mundo e o principal fator de risco da maioria das doenças cardio cerebrovasculares. A verdadeira prevalência no Brasil ainda é desconhecida, e os dados que temos advêm do Estudo Vigitel, onde as informações são obtidas por contato telefônico. Estima-se por volta de 31% a prevalência da HA no Brasil em indivíduos adultos. Em recentes dados do Estudo Vigitel, a prevalência foi de 25,7% da população brasileira adulta. O conhecimento da real prevalência e a distribuição geográfica é importante não só para medidas de prevenção e tratamento, mas também contribuir para o conhecimento da gênese da doença.
Algumas populações, e em especial os indivíduos afrodescendentes, a HA apresenta características próprias desde prevalência, resposta terapêutica e gravidade., O aspecto multifatorial da HA só é compreendido quando se avalia populações especiais em habitats e hábitos próprios, como no caso dos quilombolas, onde os indivíduos com ancestralidade negra ainda mantém algumas características genéticas e culturais da origem africana. A análise neste contexto tem importância visto que podemos detectar aspectos próprios dos fatores relacionados com o desenvolvimento da HA.
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