Arq. Bras. Cardiol. 2022; 118(4): 735-736
Minieditorial Razão Neutrófilo-Linfócito e Aterosclerose da Aorta Abdominal entre Indivíduos Assintomáticos
Este Minieditorial é referido pelo Artigo de Pesquisa "Razão Neutrófilo-Linfócito e Aterosclerose da Aorta Abdominal entre Indivíduos Assintomáticos".
No artigo os autores avaliam o papel da relação neutrófilo-linfócito (RNL) com a aterosclerose da aorta abdominal (AtAA). O fundamento do artigo é a premissa de que o crescimento e complicações da placa aterosclerótica são uma resposta imunologicamente mediada. Utilizam a relação neutrófilo-linfócito (RNL) como marcador inflamatório e utilizam o ultrassom da aorta abdominal para avaliar a aterosclerose subclínica, por meio dos achados de ateroma ou placa lipídica (AtAA). Os resultados entre a RNL e a síndrome coronariana aguda já foram bastante estudados, com o estado inflamatório provocando aumento dos neutrófilos e o estresse agudo secundário ao rompimento ou obstrução de placas ateroscleróticas ocasionando diminuição dos linfócitos. Machado et al. demonstraram em um grupo de 779 pacientes estudados, que o aumento da RNL em 48 a 72 horas após infarto agudo do miocárdio com elevação de ST(STEMI) estava associada com a mortalidade precoce e tardiaBozkurt et al. ao estudaram 39 pacientes com Síndrome Hemofagocitica, um estado de hiperinflamação severa sistêmica, e insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada, observaram que a RNL era um forte preditor de mortalidade neste grupo de pacientes.
Os autores analisaram 36.985 indivíduos através de ultrassom abdominal e encontraram aterosclerose da aorta abdominal em 7% deles. Este grupo de indivíduos com aterosclerose assintomática da aorta abdominal apresentava vários fatores causadores de confusão para a análise do valor da RNL como marcador de aterosclerose: sexo masculino, idade, tabagismo, diabetes, hipertensão arterial e dislipidemias.
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