Arq. Bras. Cardiol. 2024; 121(8): e20240512
Não Há Mais Tempo a Perder
Este Minieditorial é referido pelo Artigo de Pesquisa "Custo-Efetividade da Oxigenação por Membrana Extracorpórea Venoarterial no Choque Cardiogênico Refratário: Um Estudo na Perspectiva Brasileira".
A oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO) é uma tecnologia avançada de suporte à vida que fornece suporte cardíaco e respiratório prolongado para pacientes cujos corações e pulmões não funcionam adequadamente. O conceito de utilização de uma máquina para substituir essas funções remonta a 1931, quando John Gibbon, residente cirúrgico em Boston, tratou uma mulher com embolia pulmonar. Sem os tratamentos disponíveis, ele só pôde vê-la deteriorar-se e falecer. Essa experiência levou Gibbon a imaginar um método para oxigenar o sangue fora do corpo em caso de obstrução vascular pulmonar. Em 1934, ele desenvolveu uma máquina que podia suportar a circulação de um gato durante trinta minutos e, em 1952, utilizou com sucesso a máquina em um ser humano, marcando o início da moderna cirurgia de coração aberto.
Em 1971, Donald Hill utilizou um circuito extracorpóreo com um oxigenador especialmente projetado para dar suporte a um paciente com insuficiência respiratória durante trinta e seis horas, fazendo dele o primeiro ser humano a sobreviver com ECMO. Em 1975, Robert Bartlett e sua equipe utilizaram ECMO para salvar um recém-nascido com insuficiência respiratória. Nos anos seguintes, centenas de casos semelhantes foram tratados com uma taxa de sobrevivência de oitenta por cento, estabelecendo a ECMO como padrão nos principais centros pediátricos. O uso da ECMO em adultos se expandiu, principalmente para condições refratárias aos tratamentos convencionais durante a epidemia de H1N1 e posteriormente durante a pandemia de SARS-CoV-2., Esse aumento se deve às técnicas aprimoradas de canulação e aos avanços em bombas, oxigenadores e cânulas. Apesar destas melhorias, a seleção de candidatos adequados e a gestão dos seus cuidados diários continuam a ser um desafio.
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