Arq. Bras. Cardiol. 2023; 120(5): e20230282

O Impacto Clínico dos Sintomas Cardiovasculares na Síndrome Pós-Aguda de COVID-19

Giovanni Possamai Dutra ORCID logo , Bruno Ferraz de Oliveira Gomes ORCID logo

DOI: 10.36660/abc.20230282

Este Minieditorial é referido pelo Artigo de Pesquisa "Sintomas Cardiopulmonares Pós-COVID-19: Preditores e Características de Imagem de Pacientes após a Alta Hospitalar".

A pandemia de COVID-19 tem impactado intensamente a vida das pessoas em todo o mundo, gerando, além de alta mortalidade, alta morbidade tardia e afetando negativamente os sistemas de saúde, permanecendo um significativo desafio global na atualidade. Em fevereiro de 2023, os registros da Organização Mundial da Saúde apontam para mais de 756 milhões de casos confirmados e aproximadamente 6.845.000 mortes. Até o referido mês, foram notificados aproximadamente 36.961.000 casos no Brasil, com cerca de 698.000 mortes. Considerando os desafios substanciais relacionados à comorbidade entre doença cardíaca e COVID-19, que vão além da fase aguda da doença, são necessários mais estudos para abordar de forma abrangente a alta carga de sintomas cardiopulmonares. Essas investigações devem ser cuidadosamente planejadas, considerando custo-efetividade e benefícios clínicos para os pacientes para minimizar as desigualdades na atenção à saúde. Além disso, é essencial otimizar o cuidado social e mental dos pacientes. O envolvimento cardiopulmonar na COVID-19 continua a representar um grande desafio de saúde pública. ,

O estudo de Kalil-Filho et al., incluiu 480 sobreviventes após internação por COVID-19 e avaliou as características associadas à ocorrência de sintomas cardiopulmonares e, principalmente, síndrome pós-aguda de COVID-19 (PACS). Foi uma amostra com predominância de homens, obesos e com comorbidades como hipertensão, diabetes e dislipidemia. Quase um quarto dos pacientes necessitou de internação em terapia intensiva e apenas 12,2% necessitaram de suporte ventilatório mecânico. A prevalência de algum dos sintomas foi menor (32,1%) do que a encontrada na literatura, assim como a PACS relacionada a sintomas cardiopulmonares (16,3%). Notavelmente, quase dois terços da população que realizou tomografia (n=122) não demonstrou envolvimento pulmonar. Assim, observamos que a população analisada apresentou menor grau de gravidade relacionado ao COVID-19, justificando a menor prevalência de sintomas.

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O Impacto Clínico dos Sintomas Cardiovasculares na Síndrome Pós-Aguda de COVID-19

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