Arq. Bras. Cardiol. 2022; 119(1): 67-68

Os Níveis de Atividade Física Mudam ao Longo do Tempo em Indivíduos com Doença Arterial Periférica

Alexandre Pereira, Leandro Franzoni ORCID logo

DOI: 10.36660/abc.20220368

Este Minieditorial é referido pelo Artigo de Pesquisa "Alterações Longitudinais nos Níveis de Atividade Física e Parâmetros de Risco Cardiovascular em Pacientes com Doença Arterial Periférica Sintomática".

A atividade física desempenha um papel fundamental na melhora da capacidade funcional e da função cardiovascular na doença arterial periférica (DAP). Existe relação direta entre a melhora do consumo de oxigênio de pico (VO2pico) e a redução do risco de mortalidade; além disso, a melhora dos sintomas relacionados à claudicação intermitente proporciona melhor qualidade de vida (QV)., No entanto, a avaliação do nível de atividade física é frequentemente realizada em estudos transversais, mostrando que um maior nível de atividade física está correlacionado com maior capacidade funcional, por exemplo. No entanto, os estudos não consideram a exposição em um determinado período, deixando em aberto se há alterações nos parâmetros de risco cardiovascular e níveis de atividade física nesses indivíduos após um acompanhamento. É o que Cucato et al., analisaram nesta edição dos Arquivos Brasileiros de Cardiologia.

Inicialmente, traremos as questões metodológicas do estudo, que teve início em 2015 e incluiu, na primeira fase, 268 pacientes. Após 2 anos de seguimento, 72 pacientes foram reavaliados na segunda fase. Diferentes parâmetros de risco cardiovascular e níveis de atividade física foram avaliados usando um acelerômetro triaxial GT3X+ (Actigraph, Pensacola, FL, EUA). Aqui é importante destacar o primeiro ponto positivo, que foi o uso de um acelerômetro para controlar os níveis de atividade física, pois muitos estudos utilizam um questionário para controlar o nível de atividade física. Todos os pacientes foram orientados a usar o acelerômetro por 7 dias consecutivos, removendo-o apenas para dormir ou tomar banho. O aparelho foi fixado no lado direito do quadril e, para análise, foi necessário um mínimo de 10 horas de registro diário de atividade física. Foram considerados válidos aqueles que tiveram pelo menos 4 dias de atividade, 3 dias de semana e 1 dia de final de semana. Valorizamos muito essa parte, pois é um método simples que nos fornece informações de altíssima qualidade. Entre os diferentes parâmetros de risco cardiovascular, podemos destacar a pressão arterial, a modulação autonômica cardíaca e a rigidez arterial. Enquanto a capacidade funcional foi avaliada através do teste de caminhada de 6 minutos. Apesar de ser um teste extremamente seguro, eficaz e reprodutível, apresenta limitações, e aqui fica uma sugestão para estudos futuros que avaliem o VO2pico e suas variáveis por meio de um teste específico utilizando o protocolo de Gardner.

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Os Níveis de Atividade Física Mudam ao Longo do Tempo em Indivíduos com Doença Arterial Periférica

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