Arq. Bras. Cardiol. 2022; 119(2): 305-306
Para Onde Vamos com os Produtos Naturais? Explorando o Verdadeiro Potencial de Novos Medicamentos Derivados de Plantas no Campo Cardiovascular
Este Minieditorial é referido pelo Artigo de Pesquisa "A (-)-Carvona Modula a Sinalização de Cálcio Intracelular com Ação Antiarrítmica em Corações de Ratos".
As doenças cardiovasculares são uma das principais causas de morte em todo o mundo. Na população brasileira, estima-se que aproximadamente 41,6% das mulheres e 63,5% dos homens tenham risco médio a alto de desenvolver doenças cardiovasculares nos próximos 10 anos. As arritmias cardíacas são manifestações comuns das doenças cardiovasculares e configuram importante causa de morbidade e mortalidade entre as cardiopatias. Após a classificação de Vaughan-Williams dos medicamentos antiarrítmicos com base em suas ações farmacológicas, várias novas terapias e drogas foram propostas, visando alcançar uma alta eficácia com o mínimo de efeitos adversos. No entanto, os tratamentos com drogas antiarrítmicas e outros agentes usados para tratar doenças cardiovasculares, como insuficiência cardíaca, são frequentemente propensos a respostas adversas pró-arrítmicas., Além disso, complicações cardíacas, como arritmias, também são observadas no tratamento de outras patologias, como o câncer, e também durante o uso de antidepressivos.,
Os medicamentos derivados de plantas são há muito tempo utilizados na medicina tradicional/alternativa para os mais diversos fins. Seus usos se correlacionam com vários fatores, incluindo tradição familiar, idade, sexo, educação, status socioeconômico e o fracasso das terapias convencionais. Entre os medicamentos à base de plantas, diferentes tipos de terpenos têm sido explorados como fragrâncias/repelentes, mas também de acordo com seu potencial médico no tratamento de doenças parasitárias, infecções bacterianas, cicatrização de feridas e como agentes antioxidantes e anti-inflamatórios. Além disso, as propriedades antiarrítmicas de alguns terpenos foram abordadas usando modelos in vitro e experimentais, enquanto outros terpenos podem realmente ter atividade pró-arritmogênica.
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