Arq. Bras. Cardiol. 2022; 118(4): 701-702
Prognóstico de Insuficiência Cardíaca com Fração de Ejeção Intermediária: Uma História ou uma Versão?
Este Minieditorial é referido pelo Artigo de Pesquisa "Mortalidade por Insuficiência Cardíaca com Fração de Ejeção Intermediária".
A categoria “insuficiência cardíaca (IC) com fração de ejeção intermediária” (ICFEi), ou seja, com fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) entre 40-49%, foi descrita pela primeira vez em 2016 nas Diretrizes da Sociedade Europeia de Cardiologia sobre a síndrome. A partir daí, grande parte da comunidade cardiológica mundial adotou a classificação da IC em três categorias de FEVE (reduzida, intermediária e preservada), incluindo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (2018), apesar das incertezas existentes sobre o real significado da nova classificação e, mais importante, qual seria o impacto da identificação do subgrupo ICFEi na prática clínica. Diferentemente da maioria, a American Heart Association e o American College of Cardiology (2013) têm utilizado a terminologia IC ‘borderline’ com FEVE preservada (ICFEp) para definir pacientes com FEVE entre 41 e 49%, o que não foi atualizado no documento de 2017.,
Nesse contexto, em 2021, diversas sociedades internacionais de cardiologia publicaram um relatório propondo uma definição e classificação universal da IC. Em relação à classificação por FEVE, embora atrativa do ponto de vista clínico e epidemiológico, os autores revisaram as limitações de seu uso sob diferentes aspectos e propuseram categorias de IC nas quais a estratégia terapêutica seria diferente. ICFEi passou a ser sinônimo de IC com FVE “levemente reduzida”, o que também foi adotado pela atualização das Diretrizes Brasileiras de IC, 2021.,
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