Arq. Bras. Cardiol. 2018; 111(3): 417-418
Raiva e Doença Cardiovascular: Uma Relação tão Antiga quanto Complicada
DOI: 10.5935/abc.20180176
Este Minieditorial é referido pelo Artigo de Pesquisa "Raiva e Doença Arterial Coronariana em Mulheres Submetidas a Angiografia Coronariana: Acompanhamento de 48 Meses".
Há muitos anos relacionam-se os sentimentos negativos com malefícios à saúde. O budismo, por exemplo, refere-se à raiva como um dos três “venenos da mente” (ganância, raiva e loucura). Na primeira edição do Circulation, já havia um artigo sugerindo a associação entre estresse e doença cardiovascular.
Nas últimas décadas, vários estudos tentaram correlacionar fatores psicossociais como raiva, ansiedade, depressão e estresse com doença arterial coronariana (DAC), demonstrando o aumento da incidência de DAC em pacientes com maior incidência desses quadros psíquicos, por exemplo, com um marcado aumento de eventos de infarto agudo do miocárdio (IAM) entre 2008 e 2009, nos Estados Unidos, quando houve a queda da bolsa de valores.– Esta relação tende a ser significativamente mais importante em mulheres, visto que fatores como baixo status socioeconômico e dupla jornada de trabalho (conciliação de emprego com maternidade), entre outros fatores, são mais comuns na população feminina. Mais recentemente, um estudo longitudinal de coorte conseguiu demonstrar a associação entre atividade da amídala cerebral (área envolvida com as emoções) e o aumento de risco de eventos cardiovasculares.
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Palavras-chave: Depressão; Doença da Artéria Coronariana; Estresse Psicológico; Ira/fisiologia; Transtornos de Ansiedade
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