Arq. Bras. Cardiol. 2024; 121(6): e20240284

Reativação da Doença de Chagas após Transplante Cardíaco: Importância de Novos Preditores

Roberto M. Saraiva ORCID logo , Andréa R. Costa

DOI: 10.36660/abc.20240284

Este Minieditorial é referido pelo Artigo de Pesquisa "Contagem Absoluta de Linfócitos: um Preditor de PCR Sérica Positiva para o Trypanosoma cruzi em Pacientes com Chagas Submetidos ao Transplante Cardíaco".

A doença de Chagas (DC) crônica afeta cerca de 3,7 milhões de brasileiros segundo estimativa mais recente. Como cerca de 30-40% desta população apresenta a forma cardíaca, não surpreende que a DC seja a terceira etiologia mais frequente entre os pacientes submetidos a transplante cardíaco no Brasil. Como a terapia imunossupressora de indução e/ou manutenção acarreta risco de reativação da DC (RDC), a segurança do transplante cardíaco pode ser questionada na DC. Entretanto, a experiência no Brasil estabeleceu o transplante cardíaco como a principal alternativa de tratamento para pacientes com DC e insuficiência cardíaca terminal. Na verdade, a sobrevida pós-transplante de pacientes com DC no Brasil é de 76%, 71% e 46% após 6 meses, cinco e 10 anos, respectivamente, e melhor do que a sobrevida de receptores de transplante cardíaco com doença isquêmica ou cardiomiopatias idiopáticas.,

A incidência de RDC após transplante cardíaco varia de 19,6% a 90%. A RDC pode induzir sintomas de DC aguda (febre, anemia, icterícia), miocardite, paniculite, meningoencefalite e abscesso cerebral. A miocardite é a complicação mais frequente e pode apresentar sintomas graves compatíveis com insuficiência cardíaca, arritmia cardíaca e até choque cardiogênico. Felizmente, a RDC adequadamente diagnosticada e tratada resulta em mortalidade inferior a 1%.

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