Arq. Bras. Cardiol. 2023; 120(12): e20230779

Rigidez Arterial e Previsão de Doença Renal Crônica

Sayuri Inuzuka ORCID logo , Weimar Kunz Sebba Barroso ORCID logo

DOI: 10.36660/abc.20230779

Este Minieditorial é referido pelo Artigo de Pesquisa "Maior Rigidez Arterial Prediz Doença Renal Crônica no Estudo de Coorte ELSA-Brasil".

Os sistemas renal e cardiovascular têm uma ligação funcional e essa interação tem recebido atenção crescente. A rigidez arterial está frequentemente associada à doença renal crônica (DRC), e ambas as condições podem agravar-se mutuamente, gerando e aumentando o risco de eventos cardiovasculares e mortalidade. Existe um caminho de mão dupla entre rigidez arterial e disfunção renal. O aumento da rigidez arterial e o endotélio disfuncional ativam citocinas que favorecem eventos trombóticos, e células dendríticas e linfócitos potencializam a síntese de citocinas pró-aterogênicas. A inflamação vascular amplificada pela DRC estimula o enrijecimento dos vasos pela proliferação das células musculares lisas vasculares e pela fibrose.

Dessa maneira, para tentar responder ao dilema sobre o que veio primeiro, o estudo de Cândido et al. investigou a relação entre o enrijecimento arterial medido pela velocidade da onda de pulso carotídeo-femoral (VOPcf) e a DRC. Esse estudo longitudinal acompanhou 11.647 participantes do estudo ELSA-Brasil durante 4 anos. Os pesquisadores concluíram que uma VOPcf mais alta aumentou as chances de DRC em 42% e sugeriram que entre participantes normotensos e não diabéticos esse efeito era ainda mais pronunciado, indicando que a rigidez arterial poderia ser um fator de risco significativo para a DRC, independentemente dessas condições.

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Rigidez Arterial e Previsão de Doença Renal Crônica

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