Arq. Bras. Cardiol. 2023; 120(8): e20230530
Sacubitril/Valsartan: Um Avanço no Tratamento da Insuficiência Cardíaca – Abordando a Qualidade de Vida e a Mortalidade
Este Minieditorial é referido pelo Artigo de Pesquisa "Efeito na Qualidade de Vida de Pacientes com Insuficiência Cardíaca e Fração de Ejeção Reduzida/Preservada em Uso de Sacubitril/Valsartan".
A insuficiência cardíaca (IC) continua sendo uma das principais causas globais de mortalidade, morbidade e hospitalizações. Nas últimas duas décadas, o manejo da IC crônica apresentou melhorias significativas com a introdução de novos procedimentos diagnósticose terapias farmacológicas. No entanto, alcançar uma melhora clinicamente significativa na capacidade funcional e na qualidade de vida (QV) pode ser mais importante para os pacientes do que simplesmente prolongar a vida. A IC afeta negativamente a qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) nos domínios físico, mental e social. Consequentemente, os pacientes com IC apresentam qualidade de vida prejudicada, mesmo quando comparados a indivíduos com outras condições crônicas debilitantes. Nos tempos contemporâneos, muitos pacientes com IC valorizam tanto a melhoria da QVRS por meio do tratamento quanto o prolongamento de sua expectativa de vida.
Este editorial discute os achados de um trabalho recentemente publicado que visa revisar a melhora da qualidade de vida com sacubitril/valsartan em pacientes com IC com fração de ejeção reduzida ou preservada (FEVEr/FEVEp) com base em ensaios clínicos prospectivos. Os autores realizaram uma pesquisa sistemática da literatura no PubMed, Embase e na Cochrane Library para ensaios clínicos randomizados (ECRs) e estudos de coorte prospectivos publicados até julho de 2021. Um total de seis ensaios clínicos e 16.854 pacientes com IC foram incluídos na análise. O desfecho primário foi a alteração da linha de base no Questionário de Cardiomiopatia de Kansas City-Clinical Summary Score (KCCQ-CSS). Os desfechos secundários incluíram pontuações em outros domínios do KCCQ, ocorrência de eventos adversos graves (EAGs) e mortalidade geral.
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